Estranhezas na democracia

Portanto, radicalizemos na democracia e aprendamos conviver com as diferenças, diminuindo as estranhezas, pois a democracia tem eleições, mas não vive em eleições.

Aluizio Vidal
Publicada em 07 de janeiro de 2019 às 13:25
Estranhezas na democracia

A jovem democracia quebra seu recorde da quantidade de presidentes eleitos e empossados, mas nosso povo ainda capenga nas estranhezas de se conviver com as diferenças e com os direitos dos outros, basta acompanharmos um pouquinho as redes sociais.

Algumas verdades precisarão ser reafirmadas todos os dias para que continuemos nosso processo de amadurecimento democrático. Os resultados das eleições precisam ser respeitados, oposição precisa existir, inclusive para o bem dos eleitos, governos acertam e erram, não existem messias que resolvam todos os problemas... enfim... essas características tão simples são naturais na democracia e precisamos conviver com elas.

Nesse tempo de transição de modelos precisamos aceitar que alguém ganhou e alguém perdeu. Fora disso, o que temos são pontos de vistas (portanto, vistas de um ponto), e precisamos respeitar o que o outro diz, pois é dito de onde está posicionado ideologicamente. Porém, é extremamente saudável para o viver democrático que se respeite a vontade da maioria, mesmo quando não se concorda com ela.

Quem ganhou a eleição precisa compreender, porém, que haverá oposição, de melhor ou pior qualidade, mas haverá. É preciso que se discorde do governo, até porque, mesmo as melhores decisões administrativas num ponto de vista, serão vistas como horríveis em outro ponto de vista. É assim que funciona e não deve mudar, portanto, que se acostumem com críticas, pois quem não se acostuma alimenta ditadura e esta nunca é boa, venha de onde vier, seja qual for o seu viés.

Ninguém pode imaginar que só existem coisas boas no meu espectro ideológico. Oposição que valoriza só o que é produzido em seu campo é tão antidemocrática como Situação que imagina que tudo que será feito em seu governo será bom. Governos acertam e erram e, invariavelmente, desagradam inclusive quem neles votou, ou porque acertaram ou porque erraram em suas decisões.

Criar expectativas messiânicas para os novos executivos é coisa de gente imatura e são os primeiros que se decepcionam, pois esperam e cobrarão coisas que os governos não terão como resolver totalmente, pois são problemas encruados na história e cultura de nossa gente, outros não serão resolvidos porque eles estão comprometidos com quem os elegeu e/ou os sustentam politicamente, outros por pura incompetência e por aí vai.

Criticar governos e defender governos faz parte da democracia, porém, com extremo respeito. Criticar e torcer pelo pior é irresponsabilidade social. Defender acriticamente é fazer o que tanto criticou quando não se era governo. Portanto, radicalizemos na democracia e aprendamos conviver com as diferenças, diminuindo as estranhezas, pois a democracia tem eleições, mas não vive em eleições. É hora de trabalharmos, torcermos pelos novos governantes, defendermos o que acreditamos ser justo e criticarmos o que acreditamos ser injusto.

Winz

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Comentários

  • 1
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    Carlos Henrique de Jesus Lobato de Souza 08/01/2019

    Parabéns Aluísio Vidal pelo texto.Na mesma linha de pensamento externo meu pensamento;depois de eleitos, o presidente ,o governador e o prefeito são de todos.Devemos torcer pra que acertem ,pois dessa maneira teremos melhores condições de vida.

  • 2
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    Luiz Henriques 07/01/2019

    Ótimo texto, meu caro Aluízio Vidal! Se me permite quero dar meu pitaco quanto a questão da democracia. A meu ver, os resultados eleitorais, ainda que democráticos, me parecem predominantemente adulterados, pois são originários dos aliciamentos de grupos minoritários, persuasivos, condicionadores, criminosos ou não, a grupos majoritários que sucumbem a opressões daqueles, que atuam de forma a atingirem o "tendão de Aquiles" da maioria para conseguirem seus objetivos; essa fragilidade majoritária chama-se: medo.

  • 3
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    Laíse 07/01/2019

    Excelente!

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