Faze o que digo, mas não faze o que faço
Caminhoneiros pressionaram – segundo autoridades federais também por forte influência de empresários que utilizam do serviço de transporte...
Caminhoneiros pressionaram – segundo autoridades federais também por forte influência de empresários que utilizam do serviço de transporte – conseguindo literalmente botar o governo de joelhos concordando com uma pauta de reivindicações, mesmo com o governo sabendo que isso iria armar um problemão para um país que precisa preservar cada centavo que o erário dispõe.
Mas o próprio governo, que se curvou ante o movimento, não fez, e nem outros Poderes que também detém orçamentos polpudos, qualquer movimento para reduzir benesses, diminuindo assim seus custos, de modo a que a conta total não recaia, como sempre acontece, sobre o contribuinte.
Há alguns anos um médico disse a uma senhora, esposa de um então governador do Território, ser muito bom “fazer benemerência com o dinheiro, a paciência e o trabalho dos outros”. Comparando os dois lados, sem qualquer dúvida, o que acabei de citar no parágrafo anterior cabe, sem qualquer dúvida.
A Presidência da República bem que poderia dar o exemplo e daí se criar uma espécie de “efeito dominó”. Auto designam-se benefícios a um grupo de pessoas, de forma aviltante para com o restante do país, e nem pensar em reduzi-los: auxílio dominó, auxílio saúde, auxílio moradia, auxílio escolar e uma lista imensa de benesses, enquanto quem paga a conta passa meses em busca de cirurgias bem simples e, mesmo quem ainda consegue pagar um plano de saúde, sabe o que seja o drama para conseguir uma mera consulta.
Está certo, em relação à dívida interna, o que se pode apurar com cortes de benesses pode parecer pouco, mas, convenhamos, já seria uma amostra ao cidadão, ao trabalhador comum, de que o pessoal do andar de cima também está ajudando a pagar a conta.
Mas o título não se refere só aos casos acima. Tem a ver, também, com a a ferrenha defesa das chamadas “prerrogativas” dos advogados. Ainda nesta semana que passou ouvi, numa emissora de televisão, entrevista de uma pessoa que várias vezes fez questão de defender a tal “prerrogativa”.
É interessante que um órgão que várias vezes tem se posicionado contra benesses concedidas a órgãos do Executivo, do Judiciário e do Legislativo, lute com todas as forças de pressão, para continuar com direitos os quais não existem para todos.
Ao ouvir aquela senhora defendendo de tal maneira que ao advogado sejam dadas regalias, dou um mergulho na história recente de Rondônia. O diretor de um jornal daqui foi preso e alegou sua condição de jornalista para ficar em cela especial. Quando a entrevistada da TV alegou que a lei determina “sala de estado maior” para o advogado preso comecei a rir, porque veio à mente o que o comandante de uma guarnição militar local fez para mostrar que o jornalista estava com seus direitos resguardados: colocou na entrada da cela uma placa “Prisão especial”.
Considere-se dito!
DATAS DE RONDÔNIA
Junho
Dia 9 – 1970 – O presidente Emílio Médici assina ato extinguindo o Ibra e em seu lugar criando o Incra (José Lopes de Oliveira – Rondônia, Geopolítica e Estrutura Fundiária)
Dia 9 – 1975 – Humberto da Silva Guedes toma posse como governador do Território (Tereza Chamma, Cadernos de Guajará-Mirim)
10 – 1986 – Quinze intelectuais fundam, em Porto Velho, a Academia de Letras de Rondônia (Jornal Alto Madeira).
Dia 11 – 1901 – O consórcio Bolivian Syndicate of New York, com patrocínio do governo boliviano, inicia atuação na região do hoje Estado do Acre, àquela altura território boliviano mas ocupado por seringueiros brasileiros (Francisco Matias – Síntese da Formação Histórica de Rondônia)
Dia 11 – Em 1916 – Trabalhadores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré criam o primeiro time de futebol, o União Esportiva, presidido por Mr. Leonard Craney (Antonio Cantanhede, Achegas para a História de Porto Velho e Abnael Machado de Lima – Porto Velho: de Guapindaia a Roberto Sobrinho).
Dia 12 – 1949 – Dirigentes da loja maçônica União e Perseverança entregam ao governo do Território um prédio para servir de escola, o colégio Samaritano, em Porto Velho (Antonio Cantanhede¸ Achegas para a História de Porto Velho)
O PNEU, O BORRACHEIRO E A LICENÇA DO MARIDO
Uma senhora muito conhecida minha, cujo marido estava viajando, foi deixar as filhas na escola e, no retorno, um pneu furou. O que ela interpretou por “sorte”, e certamente muitos de nós também pensariam assim, o carro estava em frente a uma borracharia, ali na Abunã.
Ela deu um jeito de entrar na borracharia chamando o borracheiro para que ele fizesse o serviço – simples para muitos, mas eu, pelo menos, tenho ojeriza a realizar o trabalho.
O camarada vem lá de dentro, ela explicou o que queria que ele fizesse, mas se surpreendeu com a resposta do camarada:
- A senhora pediu licença ao seu marido?
A nossa amiga disse que não e que não costumava pediu licença para resolver problema tão simples. Quando o cara disse que iria fazer o serviço, ela dispensou.
Tirou o estepe, calçou o carro, arrumou o macaco, desatarrachou os parafusos e fez a troca.
E saiu, com a auto-estima muito acima do que já havia entrado.
Inté outro dia, se Deus permitir!
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