Incompetência, desleixo das autoridades e um povo que enche sua cidade de lixo: poderia haver outro resultado?

Que ninguém se engane: se não mudar a mentalidade dos governantes e da população, nossa Capital continuará cada vez pior e cada vez mais subaquática, a cada chuvarada.

Sergio Pires
Publicada em 10 de janeiro de 2019 às 08:40
Incompetência, desleixo das autoridades e um povo que enche sua cidade de lixo: poderia haver outro resultado?

A solução vai demandar talvez uns 30 anos, quem sabe mais. E vai custar alguns bilhões (isso mesmo, Bilhões!) de reais. Se cada administração, nas últimas três ou quatro décadas, tivesse feito ao menos um pouco, a situação das alagações em Porto Velho não chegariam ao ponto que têm chegado. Há uma conjunção de motivos para que a cidade fique embaixo d´água, principalmente quando ocorrerem chuvas torrenciais, como as registradas na manhã des ontem. Há sim grande responsabilidade do Poder Público, que jamais fez o que deveria fazer, com competência e responsabilidade, no decorrer das últimas décadas,  enquanto a cidade crescia com invasões e falta de infraestrutura. Há sim culpa de administradores demagogos, que se elegeram jurando que iriam acabar com as alagações, sabendo que estavam enganando a população, porque esse problema não se resolve em quatro anos, nem em oito, quem sabe em 30? Além disso, os que fizeram alguma coisa o fizeram de forma errada. Por exemplo, colocando uma canalização muito menor do que a necessária, em áreas sempre críticas nos períodos do inverno amazônico. Canos que não dão vazão às águas torrenciais e que, para se economizar tostões, jogaram fora milhões e milhões de reais, porque se o serviço prestado não resolve o problema, todo o esforço nele dispendido não serviram para nada.   Há ainda questões geográficas. Numa cidade plana, onde as águas não escoam ou escoam com grande dificuldade, são necessárias obras gigantescas e caríssimas, para resolver o drama do município , que fica embaixo d´água.  Por fim, uma culpa da cultura da sujeira, da má educação, de um povo que não tem um pingo de amor por sua cidade, não pode ser esquecida. Milhares de pessoas jogam lixo, sofás, pneus, camas, fogões, geladeiras e tudo o mais dentro dos córregos e canais, entupindo tudo. É essa pequena tragédia social, causada por gente que aceita viver na podridão, eivada de uma cultura de inesgotável falta de vergonha na cara, que piora ainda  mais esse cenário trágico.

Some-se, então a falta de respeito das administrações públicas para com sua cidade; os problemas de investimentos e obras mal feitas; o total desleixo de grande parte da população, que joga seu lixo em qualquer lugar e se terá um quadro dantesco de tudo o que ocorre em Porto Velho, a cada tempestade mais forte do nosso inverno amazônico. Quando começaram a aparecer cenas em fotos e vídeos nas redes sociais, com canoas tirando pessoas de dentro dos ônibus, eles tomados pela água ate uma altura perigosa do veículo, se sintetizou o que tem ocorrido seguidamente nesta pobre Porto Velho. Viramos notícia nacional, de novo. E, de novo, por nossas deficiências. Que ninguém se engane: se não mudar a mentalidade dos governantes e da população, nossa Capital continuará cada vez pior e cada vez mais subaquática, a cada chuvarada. Não há milagres, quando se cometem os mesmos erros, imaginando que, no final, o resultado será diferente. É a burrice elevada à sua mais alta potência.

EYDER COMEÇA A BATALHA

Corrida pela presidência da Assembleia Legislativa se intensifica. A entrada do deputado Eyder Brasil, do PSL (partido do governador Marcos Rocha) na corrida pelo comando do parlamento, esquentou a disputa. Eyder já realizou várias reuniões com colegas seus, apresentando seus planos e defendendo a tese de que uma relação de harmonia entre deputados e o governo é algo extremamente positivo para o Estado. Ele garante também que a forma de fazer campanha será diferente do que foi feito em tempos passados. Não haverá negociações que não sejam claras e transparentes, esclareceu. O governador Marcos Rocha tinha pensando, inicialmente, em não ter qualquer envolvimento com a disputa no legislativo estadual. Mas quando voltou de Brasília e depois de ter conversando sobre o assunto com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, mudou de posição. A partir daí é que se decidiu pela entrada de Eyder Brasil na corrida pelo comando da ALE. Ele já teria apoio de vários deputados que antes estavam com o deputado Lebrão, que abriu mão da própria candidatura para apoiar o nome indicado pelo PSL.

A OPOSIÇÃO SE FORTALECE

Enquanto isso, o grupo opositor também se fortalece. Dois nomes despontam como possíveis candidatos à Presidência, num primeiro momento: Alex Redano, do Podemos de Ariquemes e Jean de Oliveira, do MDB de Porto Velho.  Uma terceira via (o deputado Laerte Gomes, do PSDB de Ji-Paraná), não pode ser descartada, embora ele mesmo tenha dito que, a princípio, não pretende entrar na disputa.  Na noite desta quarta, um jantar reuniu vários representantes do grupo que estaria bastante fortalecido. Essa ala de parlamentares novos e reeleitos, teria, até dias atrás, conforme conversas de bastidores, número suficiente para vencer a disputa. Contudo, a entrada de Eyder Brasil na disputa, pode mudar o cenário, na medida em que deputados que já teriam fechado com a turma de Redano e Jean, já estariam aceitando conversar com o representante governista. A verdade é que a presidência da Assembleia e a formação da Mesa Diretora são os grandes temas da política, nesse momento. As duas frentes são fortes e não se poderia dizer, a essas alturas do campeonato, qual delas tem mais chances de vencer. Mas, seja quem for, espera-se que a prioridade maior do vencedor seja defender os interesses do Estado.

ONGS NÃO ACEITAM FISCALIZAÇÃO

Claro que elas iam chiar. Como não o fariam? Afinal de contas, depois de anos a fio abocanhando grandes fatias do dinheiro público, mesmo o disfarce de serem “não governamentais”, milhares de ONGs terão que prestar contas de suas ações. Não aquelas que realmente ajudam a quem precisa; têm trabalhos sociais importantes; que ensinam e atuam em regiões, onde falta o poder público e que são de grande utilidade para a sociedade brasileira. Mas, é claro, todas aquelas outras, a imensa maioria, que, usando a famosa frase de que “representam  a sociedade civil  organizada” (quem não conhece essa malandragem?), tomam conta de regiões inteiras do país, ditando ordens e determinando rumos. E o fizeram, durante quase duas décadas, mas principalmente nos últimos 15 anos, sob os aplausos do antipatriótico governo petista, de seus aliados, obviamente todos aparelhos pela ideologia esquerdista, que quase destruiu nosso país. Agora, quando o novo governo já determinou  que vai supervisionar, coordenar e acompanhar as ações “de organismos internacionais e de organizações ditas não governamentais que atuam no país”, começaram os protestos. Nada menos do que 50 ONGs já protestaram. Não querem ser fiscalizadas. Dizendo-se representantes da tal sociedade civil organizada (outra criatura inventada por petistas!), um documento diz que tais entidades, “não podem ser tuteladas pelo Estado”!. Até teriam razão, caso não usassem dinheiro público. Quem o usa, tem sim que ser fiscalizado. Ponto final.

O ACRE NO COMANDO DO SENADO?

Comenta-se, pela região norte, que o senador acriano Sérgio Petecão, do PSD, eleito com mais de 244 mil votos (fez quase 30 por cento dos votos válidos), pode ser uma surpresa na disputa pelo Senado. Ele confirmou que se lançará na disputa, mesmo sabendo que terá que enfrentar pesos pesados da tradicional política brasileira. Ele informou que vai sim entrar na corrida pelo comando de uma das mais altas funções da vida pública brasileira. Petecão já foi  deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e é deputado federal. Nas três vezes que se candidatou a Prefeito de Rio Branco foi derrotado. Na última, por apenas algumas dezenas de votos. Ao conversar com amigos rondonienses, essa semana, o recém eleito senador afirmou que a hora é de renovação no comando do Congresso. Mas terá que enfrentar, por exemplo, Renan Calheiros, a velha raposa da política brasileira. Ele seria praticamente imbatível. O senador do Acre, que teria sido o responsável pela grande derrota nas urnas dos Viana, que mandaram e desmandaram no Estado durante longos anos, já teria apoio de outros senadores da região, como Osmar Aziz, do Amazonas, deve procurar nos próximos dias, os representantes de Rondônia (Marcos Rogério e Confúcio Moura), para conversar sobre o assunto. Mesmo do baixo clero, o senador do Acre anda sonhando alto.

ROCHA, AS ONGS E A BR 319

Por falar nisso, é importante que o governador Marcos Rocha comece mesmo a mexer  mais profundamente no assunto relacionado às obras na BR 319. Nas últimas duas décadas, questões ideológicas, somadas aos interesses de proprietários de balsas e barcos que fazem o trajeto Manaus-Porto Velho, se uniram a decisões inacreditáveis da Justiça, impedindo que a rodovia recebesse novamente asfalto. Ela já foi pavimentada há muitos anos, mas como nunca houve manutenção, tudo se deteriorou. Até porque a junção de esforços das ONGs malandras, de parte ideologizada do MPF e do Judiciário e, ainda, o lobby dos grandes empresários da navegação da região, impedindo que a obra, vital para a região, fosse realizada. No seu primeiro encontro em Brasília, pouco mais de  24 horas após sua posse no Governo rondoniense, Rocha já começou a tratar do assunto, em reuniões com pelo menos dois generais do Exército. Na campanha, o Coronel agora Governador avisou que a ligação por terra entre Porto Velho e Manaus seria prioridade. Logo que assumiu começou a mexer com o assunto. Não pode deixar por aí. Há necessidade de pressão, em todos os níveis, para que a rodovia seja totalmente concluída. É importante destacar que a obra tem o apoio explícito do presidente Jair Bolsonaro. Será que dessa vez os grandes interesses nacionais sairão ganhando?

LULA: MAIS DUAS SENTENÇAS

Pode ser nessa quinta. Pode ser na sexta. Pode ser no final de semana. Está tudo pronto para que a juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, anuncie as sentenças em mais dois processos a que responde o ex presidente Lula. Ele está preso em Curitiba, na Polícia Federal, condenado a 12 anos e meio, pelo primeiro da série de crimes a que responde: o caso do tríplex de Guarujá. A magistrada substituiu  seu colega Sérgio Moro, que deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. As duas novas sentenças aguardadas para as próximas horas ou próximos dias são relacionadas com as acusações de que Lula é o verdadeiro dono do sítio de Atibaia, que teria recebido como propina, por negócios escusos com a Construtora Odebrecht e também da OAS.  A terceira, que também depende apenas da decisão da dra. Gabriela Hardt, para ser encerrada em primeira instância, relaciona-se com a denúncias de que o ex-presidente teria aceitado um terreno para construção do Instituto Lula, em São Paulo, e um apartamento ao lado do seu, em São Bernardo do Campo. Mesmo que seja condenado nos dois processos, Lula pode recorrer para instância superior. Se absolvido, ele continua preso, pela condenação anterior.

PERGUNTINHA

Você está separando uma grana para comprar seu barco e navegar pelas ruas de Porto Velho, quando ocorre uma enxurrada como a que se registrou nessa quarta, quando choveu mais de 92 milímetros em poucas horas?

BLOG: https://www.facebook.com/opiniaodeprimeira?fref=ts

Comentários

  • 1
    image
    j paulo 10/01/2019

    Jogar lixo na rua é so uma parte do problema que serve de desculpara p todos o governantes que pensam em acabar c problema somente c obras de microdrenagem, isso não resolve, questao de lixo entupindo rede se a agua nao for por baixo vai por cima, entao o problema é para onde deve ir essas águas? ai que os administradores não querem enxergar, fazem drenagem numa rua e jogam as aguas na outra ou nos canais existentes que antes nao tinham aquelas águas como seus tributários, dai não funciona, como é lenda gastar dinheiro limpando canais tirando fusca e fogões de seu leito, ou simplesmente aprofundando os canais, nada disso adianta, o máximo que pode acontecer é reduzir o tempo de descarga, mas o que ninguem define é para onde devem ir essas águas. Para o rio madeira na frente da cidade, não dar, tem que ser para um ponto bem abaixo do belmont, já com desnível considerável. Essa é a solução, uma grande galeria levando as aguas para esse ponto, se possível abaixo do novo porto. Não adianta esperar por canal dos tanques que leva o problema para o centro da cidade, nem canal da penal ou santa barbara e etc. nem mesmo o igarape dos periquitos. Somente uma grande obra de galeria, por gravidade, sem necessidade de bombeamento para ponto do madeira bem abaixo da cidade. O resto é gastar dinheiro publico sem proposito.

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