Marcos Rocha tenta privatizar saúde com contrato bilionário

Às pressas, Rocha aposta na terceirização da saúde como solução, destinando à iniciativa privada a gestão de um suposto novo Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (Heuro)

Fonte: Tudorondonia - Publicada em 16 de setembro de 2025 às 14:54

Marcos Rocha tenta privatizar saúde com contrato bilionário

Porto Velho, RO  – Em reta final de mandato e pressionado pela corrida eleitoral de 2026, o governador Marcos Rocha (União Brasil) intensifica ações para tentar mostrar serviço e consolidar sua candidatura ao Senado. O projeto político também contempla sua esposa, Luana Rocha, como pré-candidata à Câmara Federal, e o irmão, Sandro Rocha, ao Legislativo estadual. Entretanto, após oito anos de promessas não cumpridas, a área da saúde se tornou o maior ponto de desgaste do governo.

Privatização bilionária em pauta

Às pressas, Rocha aposta na terceirização da saúde como solução, destinando à iniciativa privada a gestão de um suposto novo Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (Heuro). A Concorrência Pública nº 11/2022, lançada pela Superintendência Estadual de Licitações (Supel), prevê contrato de R$ 10,157 bilhões em regime de Parceria Público-Privada (PPP) com a empresa Aliança Saúde e Participações S.A.

O modelo, porém, é contestado dentro da própria Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero). O deputado estadual Delegado Camargo (Republicanos) protocolou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar os efeitos da licitação e evitar o avanço da medida.

Riscos constitucionais e conflito de interesses

Segundo o parlamentar, a licitação prevê a terceirização da atividade-fim da saúde, incluindo serviços médicos e assistenciais, o que gera risco de conflito entre interesse público e privado. Ele alerta que, nessa lógica, a busca por lucro pode se sobrepor ao atendimento universal garantido pelo artigo 196 da Constituição Federal.

O texto do PDL também cita o artigo 199, §1º, que veda a destinação de recursos públicos para instituições privadas com fins lucrativos, reforçando que a forma como o certame foi estruturado pode afrontar esses dispositivos constitucionais.

Experiências negativas em outros estados

Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) já apontaram falhas em modelos semelhantes de terceirização da saúde em estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Entre os problemas identificados estão ausência de dados consolidados, deficiência na fiscalização, direcionamento em editais e casos comprovados de desvio de recursos públicos.

“Confiar o maior hospital público de Rondônia a uma empresa sem histórico robusto em gestão hospitalar pode gerar riscos à eficiência do atendimento e à boa aplicação dos recursos”, alertou Delegado Camargo.

Burla ao concurso público e risco à impessoalidade

Outro ponto destacado é a possibilidade de burla ao concurso público, já que empresas privadas podem contratar profissionais sem obedecer aos critérios de meritocracia e transparência exigidos no serviço público. Isso fragiliza princípios constitucionais como a impessoalidade e a moralidade administrativa.

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF), na ADI 1923/DF, tenha reconhecido a constitucionalidade das Organizações Sociais (OSs), também determinou que os processos de seleção devem obedecer aos princípios da administração pública — algo que, segundo o deputado, não vem sendo observado de forma plena em experiências pelo país.

Defesa do interesse público

Delegado Camargo argumenta que a sustação da concorrência é necessária para preservar o interesse público e garantir que o Estado mantenha o controle da gestão hospitalar.

“O Heuro será o principal hospital público de Rondônia e precisa de soluções que fortaleçam a rede de saúde, garantindo atendimento de qualidade. É fundamental que o Estado preserve sua responsabilidade sobre a gestão hospitalar e evite modelos que possam fragilizar esse compromisso”, concluiu o parlamentar.

Pressa eleitoral e servidores esquecidos

Enquanto acelera a privatização da saúde, Marcos Rocha tem sido acusado de abandonar as pautas de valorização salarial dos trabalhadores do setor, que recentemente realizaram greve e voltaram ao trabalho sem qualquer reajuste. A categoria afirma estar desvalorizada e sem perspectiva de melhorias, enquanto o governo direciona bilhões a contratos com a iniciativa privada.

A tentativa de consolidar um contrato bilionário às vésperas da eleição é vista por opositores como um movimento político desesperado do governador, que teme ser cobrado por adversários nos debates eleitorais de 2026 pelo fracasso de sua gestão na saúde.

Marcos Rocha tenta privatizar saúde com contrato bilionário

Às pressas, Rocha aposta na terceirização da saúde como solução, destinando à iniciativa privada a gestão de um suposto novo Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (Heuro)

Tudorondonia
Publicada em 16 de setembro de 2025 às 14:54
Marcos Rocha tenta privatizar saúde com contrato bilionário

Porto Velho, RO  – Em reta final de mandato e pressionado pela corrida eleitoral de 2026, o governador Marcos Rocha (União Brasil) intensifica ações para tentar mostrar serviço e consolidar sua candidatura ao Senado. O projeto político também contempla sua esposa, Luana Rocha, como pré-candidata à Câmara Federal, e o irmão, Sandro Rocha, ao Legislativo estadual. Entretanto, após oito anos de promessas não cumpridas, a área da saúde se tornou o maior ponto de desgaste do governo.

Privatização bilionária em pauta

Às pressas, Rocha aposta na terceirização da saúde como solução, destinando à iniciativa privada a gestão de um suposto novo Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (Heuro). A Concorrência Pública nº 11/2022, lançada pela Superintendência Estadual de Licitações (Supel), prevê contrato de R$ 10,157 bilhões em regime de Parceria Público-Privada (PPP) com a empresa Aliança Saúde e Participações S.A.

O modelo, porém, é contestado dentro da própria Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero). O deputado estadual Delegado Camargo (Republicanos) protocolou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar os efeitos da licitação e evitar o avanço da medida.

Riscos constitucionais e conflito de interesses

Segundo o parlamentar, a licitação prevê a terceirização da atividade-fim da saúde, incluindo serviços médicos e assistenciais, o que gera risco de conflito entre interesse público e privado. Ele alerta que, nessa lógica, a busca por lucro pode se sobrepor ao atendimento universal garantido pelo artigo 196 da Constituição Federal.

O texto do PDL também cita o artigo 199, §1º, que veda a destinação de recursos públicos para instituições privadas com fins lucrativos, reforçando que a forma como o certame foi estruturado pode afrontar esses dispositivos constitucionais.

Experiências negativas em outros estados

Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) já apontaram falhas em modelos semelhantes de terceirização da saúde em estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Entre os problemas identificados estão ausência de dados consolidados, deficiência na fiscalização, direcionamento em editais e casos comprovados de desvio de recursos públicos.

“Confiar o maior hospital público de Rondônia a uma empresa sem histórico robusto em gestão hospitalar pode gerar riscos à eficiência do atendimento e à boa aplicação dos recursos”, alertou Delegado Camargo.

Burla ao concurso público e risco à impessoalidade

Outro ponto destacado é a possibilidade de burla ao concurso público, já que empresas privadas podem contratar profissionais sem obedecer aos critérios de meritocracia e transparência exigidos no serviço público. Isso fragiliza princípios constitucionais como a impessoalidade e a moralidade administrativa.

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF), na ADI 1923/DF, tenha reconhecido a constitucionalidade das Organizações Sociais (OSs), também determinou que os processos de seleção devem obedecer aos princípios da administração pública — algo que, segundo o deputado, não vem sendo observado de forma plena em experiências pelo país.

Defesa do interesse público

Delegado Camargo argumenta que a sustação da concorrência é necessária para preservar o interesse público e garantir que o Estado mantenha o controle da gestão hospitalar.

“O Heuro será o principal hospital público de Rondônia e precisa de soluções que fortaleçam a rede de saúde, garantindo atendimento de qualidade. É fundamental que o Estado preserve sua responsabilidade sobre a gestão hospitalar e evite modelos que possam fragilizar esse compromisso”, concluiu o parlamentar.

Pressa eleitoral e servidores esquecidos

Enquanto acelera a privatização da saúde, Marcos Rocha tem sido acusado de abandonar as pautas de valorização salarial dos trabalhadores do setor, que recentemente realizaram greve e voltaram ao trabalho sem qualquer reajuste. A categoria afirma estar desvalorizada e sem perspectiva de melhorias, enquanto o governo direciona bilhões a contratos com a iniciativa privada.

A tentativa de consolidar um contrato bilionário às vésperas da eleição é vista por opositores como um movimento político desesperado do governador, que teme ser cobrado por adversários nos debates eleitorais de 2026 pelo fracasso de sua gestão na saúde.

Comentários

  • 1
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    gabriel 22/09/2025

    Se um monte de coleguinhas entou por processos seletivos fajutos, imaginem com a privatização, não haverá nenhum critério de competência, o critério será: quem lambe mais ovos.

  • 2
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    Carlson Lima 17/09/2025

    Maria esses órgãos fazem parte da jogatina.

  • 3
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    Maria Celi 17/09/2025

    Eu não acredito que a saúde foi privatizada, gente que coisa louca e isso vai beneficiar quem? Porque deve haver um grande interesse por trás dessa privatização! Na verdade esse País já virou a casa da mãe Joana mesmo o que se espera de um governo como o de Rondônia?

  • 4
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    Maria das Dores 16/09/2025

    MP, TCRO, ta na hora de começar a trabalhar para evitar essas voltas do anzol kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ... Que todos já sabem, mas, sempre temos a ilusão que não tem kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • 5
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    Pedro 16/09/2025

    Agora estão vendo o quanto a incompetência ronda esse milico, nunca na vida foi de trabalhar sempre se encostando num cargo aqui outro ali e tem mais sempre engessou o órgão por onde passou, cobrar agora não adianta nada, o homem está arvorado por dinheiro, kkkkkkkkkkkk

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