Marcos Rogério e o negacionismo travestido de discurso político

Rogério, que se consolidou politicamente na esteira do bolsonarismo, tenta manter viva a retórica antivacina que marcou o discurso radical da extrema direita durante a pandemia

Fonte: RUBENS COUTINHO/TUDORONDONIA - Publicada em 04 de novembro de 2025 às 11:08

Marcos Rogério e o negacionismo travestido de discurso político

Durante entrevista a um site de notícias de Porto Velho, o senador Marcos Rogério (PL), provável candidato ao governo de Rondônia ou à reeleição ao Senado em 2026, fez declarações que reacendem o negacionismo em torno da pandemia. O parlamentar afirmou que um familiar teria desenvolvido diabetes após tomar a vacina contra a Covid-19, sustentando que o imunizante seria “experimental”. A fala se soma a uma série de declarações sem respaldo científico que, nos últimos anos, colocaram em risco a confiança pública na vacinação.

Rogério, que se consolidou politicamente na esteira do bolsonarismo, tenta manter viva a retórica antivacina que marcou o discurso radical da extrema direita durante a pandemia. O senador, ex-integrante do PDT e apadrinhado político do ex-senador Acir Gurgacz — de quem acabou se afastando —, agora busca chegar ao Governo de Rondônia com os votos do chamado  eleitorado  conservador, mesmo à custa de informações falsas sobre saúde pública.

O que o parlamentar ignora propositalmente é que estudos científicos de diversas universidades e centros de pesquisa, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que complicações como diabetes podem surgir após infecção pelo vírus da Covid-19, e não pela aplicação da vacina. O imunizante, ao contrário do que afirmou Rogério, passou por todas as etapas de testagem e foi aprovado por agências sanitárias internacionais, como a Anvisa e a FDA.

O discurso de Marcos Rogério reflete o oportunismo político de quem se alimenta do negacionismo para manter espaço no debate público. A tática é conhecida: repetir narrativas falsas, flertar com a desinformação e transformar ciência em pauta ideológica. Em Rondônia, onde a pandemia deixou milhares de mortos, essa postura é um insulto às vítimas e aos profissionais de saúde que enfrentaram o caos hospitalar.

Ao citar arrependimento por não ter se aliado a Ivo Cassol — o ex-governador que, durante a pandemia, apareceu empunhando um maçarico e dizendo que “as faíscas curavam a Covid” —, Rogério demonstra o tipo de companhia política que ainda inspira seu projeto de poder. São dois oportunistas convictos. 

Se esse é o perfil de quem sonha governar Rondônia, é legítimo perguntar: o que esperar de um político que rejeita a ciência, abraça teorias conspiratórias e desrespeita a memória de milhares de vítimas de uma tragédia sanitária sem precedentes? O Estado merece mais que negacionismo travestido de convicção.

Marcos Rogério e o negacionismo travestido de discurso político

Rogério, que se consolidou politicamente na esteira do bolsonarismo, tenta manter viva a retórica antivacina que marcou o discurso radical da extrema direita durante a pandemia

RUBENS COUTINHO/TUDORONDONIA
Publicada em 04 de novembro de 2025 às 11:08
Marcos Rogério e o negacionismo travestido de discurso político

Durante entrevista a um site de notícias de Porto Velho, o senador Marcos Rogério (PL), provável candidato ao governo de Rondônia ou à reeleição ao Senado em 2026, fez declarações que reacendem o negacionismo em torno da pandemia. O parlamentar afirmou que um familiar teria desenvolvido diabetes após tomar a vacina contra a Covid-19, sustentando que o imunizante seria “experimental”. A fala se soma a uma série de declarações sem respaldo científico que, nos últimos anos, colocaram em risco a confiança pública na vacinação.

Rogério, que se consolidou politicamente na esteira do bolsonarismo, tenta manter viva a retórica antivacina que marcou o discurso radical da extrema direita durante a pandemia. O senador, ex-integrante do PDT e apadrinhado político do ex-senador Acir Gurgacz — de quem acabou se afastando —, agora busca chegar ao Governo de Rondônia com os votos do chamado  eleitorado  conservador, mesmo à custa de informações falsas sobre saúde pública.

O que o parlamentar ignora propositalmente é que estudos científicos de diversas universidades e centros de pesquisa, inclusive da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que complicações como diabetes podem surgir após infecção pelo vírus da Covid-19, e não pela aplicação da vacina. O imunizante, ao contrário do que afirmou Rogério, passou por todas as etapas de testagem e foi aprovado por agências sanitárias internacionais, como a Anvisa e a FDA.

O discurso de Marcos Rogério reflete o oportunismo político de quem se alimenta do negacionismo para manter espaço no debate público. A tática é conhecida: repetir narrativas falsas, flertar com a desinformação e transformar ciência em pauta ideológica. Em Rondônia, onde a pandemia deixou milhares de mortos, essa postura é um insulto às vítimas e aos profissionais de saúde que enfrentaram o caos hospitalar.

Ao citar arrependimento por não ter se aliado a Ivo Cassol — o ex-governador que, durante a pandemia, apareceu empunhando um maçarico e dizendo que “as faíscas curavam a Covid” —, Rogério demonstra o tipo de companhia política que ainda inspira seu projeto de poder. São dois oportunistas convictos. 

Se esse é o perfil de quem sonha governar Rondônia, é legítimo perguntar: o que esperar de um político que rejeita a ciência, abraça teorias conspiratórias e desrespeita a memória de milhares de vítimas de uma tragédia sanitária sem precedentes? O Estado merece mais que negacionismo travestido de convicção.

Comentários

  • 1
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    ALAN KARDEC 05/11/2025

    Esse miserável diz ser evangélico, contudo, é uma praga, mentiroso, sem compromisso com a verdade, é mais um espertalhão empedernido e, energúmeno, a Declaração do Imposto de Renda quando foi eleito vereador apontava um patrimônio de R$ 75 mil, Dez anos depois a Declaração de Imposto de Renda aponta um patrimônio milionário.

  • 2
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    Pedro Paulo Almodovar 05/11/2025

    Os eleitores parece que se apaixonarem por esse sujeito tosco. Não é possível que essa figura sinistra volte a ser eleita para mais algum cargo.

  • 3
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    Antônio Janary 05/11/2025

    Esse cagao jamais vai ser governador de Rondônia. Votei nele na última eleição. Depois que foi para o segundo turno parecia a rainha da Inglaterra, não queria apoio de ninguém. Tomou no toba e vai tomar novamente!

  • 4
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    Alan Rezende 04/11/2025

    Será que ele acredita também que a terra é plana?

  • 5
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    joão 04/11/2025

    É IMPRESSIONANTE COMO ESSE SENADOR NÃO CONSEGUE ENXERGAR UM PALMO A FRENTE DO NARIZ. ELE TEM QUE ENTENDER QUE BOLSONARISMO É PASSADO, NÃO SE CONSEGUE EMPUNHAR MAIS ESSA BANDEIRA DO NEGACIONISMO, E MUITO MENOS A ARROGAÂNCIA DELIBERADA DE UM BOLSONARISMO DERROTADO E ENFRAQUECIDO EM TODAS AS FRENTES.

  • 6
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    Ernande Segismundo 04/11/2025

    A questão do Marcos Rogério nem é tanto o negacionismo, mas o oportunismo escroto de quem não tem o mais remoto escrúpulo, tampouco compromisso com a verdade, muito menos com o bom debate político. Esse é o categórico alpinista rasteiro e inescrupuloso.

  • 7
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    Pedro 04/11/2025

    Esse cagão, cospe no prato que comeu, teve ascensão na esquerda e surfou na onde de outro bosta inelegível, simples assim

  • 8
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    Mirian Penha Franco 04/11/2025

    Isso mesmo Rubinho, tem que combater essa retórica furada. Vamos ,ter que enfrentar a nova eleição ouvindo esse tipo de discurso que desmerece a reflexão da opinião pública, de políticos que galgam postos e se acham donos de verdades supeitas e inexistentes? .

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