Marido de viúva de Adriano da Nóbrega proibiu-a de falar sobre Bolsonaro na delação premiada

Revelação foi feita em um áudio que contém diálogos entre o atual marido de Júlia, o empresário Eduardo Giraldes, com o ex-presidente da escola de samba Unidos da Vila Isabel, Bernardo Bello Barbosa. Na conversa, Giraldes diz que não permitirá que sua esposa cite Jair Bolsonaro em sua delação, com medo de represálias por parte do mandatário

Brasil 247
Publicada em 30 de agosto de 2021 às 17:51
Marido de viúva de Adriano da Nóbrega proibiu-a de falar sobre Bolsonaro na delação premiada

Julia Lotufo, Adriano da Nóbrega, Eduardo Giraldes e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Alan Santos/PR)

247 - Eduardo Giraldes, atual marido de Júlia Mello Lotufo, víuva do miliciano Adriano da Nobrega, proibiu a esposa de citar o nome de Jair Bolsonaro em sua delação à polícia. A revelação veio à tona em trechos de diálogos entre Giraldes e o ex-presidente e ex-patrono da escola de samba Unidos da Vila Isabel, Bernardo Bello Barbosa. A conversa aconteceu em junho passado.

Na conversa com Giraldes, de acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Bello afirma que os promotores não estariam interessados nele ("é óbvio que o que querem não é o bobalhão aqui"), mas sim que a viúva do miliciano "fale de [Jair] Bolsonaro".

"Não vai falar", responde o atual marido de Júlia sobre Bolsonaro. "Se ela souber, e ela quiser falar", emenda Bernardo Bello. "Mas se souber, eu também não vou deixar ela falar", segue Eduardo Giraldes.

Bernardo diz então acreditar que, se a viúva citar Bolsonaro, vão acabar com ela "de verde, amarelo, azul e branco".

"Se ela não quiser falar... meu irmão, até porque, sabe por quê? Vai acabar com a vida dessa menina", afirma o ex-presidente da Vila Isabel.

O marido de Júlia concorda: "E com a minha".

O capitão Adriano era ligado à família do presidente da República e foi citado na investigação que apura a prática conhecida como "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual pelo Rio de Janeiro. A mãe e a primeira mulher do miliciano trabalhavam com o parlamentar e teriam repassado parte de seus salários ao esquema.

Investigada em processo que tramita na 1ª Vara Criminal Especializada do Rio, Júlia é acusada de lavagem de dinheiro a serviço da milícia. Está em prisão domiciliar, de tornozeleira, e tenta uma delação premiada para se livrar de eventuais penas e deixar o Brasil com o novo marido, Eduardo, que conheceu alguns meses depois da morte do capitão Adriano.

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