Operação Ross: a pedido de Raquel Dodge, STF determina novos mandados de busca e apreensão

Investigação apura compra de apoio político por parlamentar tucano. Um dos objetivos é delimitar a participação dos envolvidos no esquema.

PGR - Foto: João Américo/Secom/PGR
Publicada em 20 de dezembro de 2018 às 13:11
Operação Ross: a pedido de Raquel Dodge, STF determina novos mandados de busca e apreensão

Em complementação às medidas cautelares executadas em 11 de dezembro, na Operação Ross, foram cumpridos nesta quinta-feira (20) novos mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas ligadas ao senador Aécio Neves (PSDB/MG). Desta vez, foram três alvos. O pedido foi apresentado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com base em representação da Polícia Federal, a partir da descoberta de novos indícios de práticas criminosas. As medidas foram determinadas pelo relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio.

Na petição, Raquel Dodge defendeu a necessidade das buscas afirmando que há riscos de eliminação de elementos de informação e que a medida é imprescindível para o aprofundamento da investigação, bem como para a correta delimitação da amplitude das pessoas investigadas. Outro objetivo das cautelares é “descortinar os envolvidos nos ilícitos perpetrados”. Os nomes e endereços onde ocorrem as buscas não serão divulgados neste momento, uma vez que, por determinação judicial, as medidas estão sob sigilo.

Sobre o caso – As investigações apuram a solicitação de vantagens indevidas por parte do parlamentar tucano, o que teria ocorrido em pelo menos quatro ocasiões. Ao todo, o Grupo J&F teria repassado cerca de R$ 110 milhões a Aécio, sendo que parte desse valor teve como destinatários finais 12 legendas que o apoiaram na disputa presidencial. Ainda segundo as investigações, parte do dinheiro foi entregue, em espécie, ao senador. O restante dos repasses foi viabilizado por transferência bancária e pelo pagamento de serviços simulados. No inquérito, são investigados os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em 2017, Aécio Neves foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça no âmbito de outro inquérito que também apurou relações do político com o grupo J&F. Na atual petição, a PGR frisou que o objetivo é dar continuidade à investigação das práticas de corrupção (que não é objeto da ação penal em curso) e de lavagem de dinheiro.

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