Papa admite fracasso de Igreja em relação aos abusos cometidos pelo clero
"Não posso deixar de reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos a menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los", assinalou o pontífice.
O papa, o presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, e sua esposa Sabina Coyne. EFE/EPA/WILL OLIVER
O papa reconheceu neste sábado em Dublin o fracasso da Igreja Católica irlandesa para enfrentar adequadamente o que denominou de "crimes repugnantes de abusos" a menores e pediu um esforço para a adoção de normas severas para que esses casos não voltem a se repetir.
Francisco fez tal afirmação no discurso às autoridades no início de sua visita de dois dias à Irlanda, país ao qual chegou hoje para participar do Encontro Mundial das Famílias.
"Não posso deixar de reconhecer o grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos a menores por parte de membros da Igreja encarregados de protegê-los e educá-los", assinalou o pontífice.
Além disso, o papa reconheceu que "o fracasso das autoridades eclesiásticas - bispos, superiores religiosos e sacerdotes - na hora de enfrentar adequadamente esses crimes repugnantes, suscitou justamente indignação e permanece como motivo de sofrimento e vergonha para a comunidade católica".
O papa visita uma Irlanda na qual a ferida pelos abusos a menores por parte da Igreja durante décadas ainda não cicatrizou e depois da publicação na Pensilvânia, nos Estados Unidos, de um relatório devastador sobre violência sexual, que persistiu durante anos, contra cerca de mil menores por parte de 300 sacerdotes.
No salão de São Patrício no Castelo de Dublin, Francisco lembrou que o seu antecessor, Bento XVI, "não poupou palavras para reconhecer a gravidade da situação e solicitar que fossem tomadas medidas verdadeiramente evangélicas, justas e eficazes" em resposta a esta "traição de confiança".
Além disso, o papa disse que tal pedido serve ainda para incentivar "os esforços das autoridades eclesiais para remediar os erros passados e adotar normas severas para garantir que os mesmos não voltem a acontecer".
O papa lembrou que, em sua última carta a todos os católicos sobre os abusos, divulgada antes de sua viagem à Irlanda, "pediu empenho, inclusive um maior empenho, para acabar com este flagelo na Igreja e a qualquer custo moral e de sofrimento".
Em seu discurso diante das autoridades irlandesas e de representantes do corpo diplomático, o pontífice argentino também lembrou o sofrimento do conflito entre as duas Irlandas e agradeceu "pelas duas décadas de paz" que vieram após o acordo.
Francisco louvou a presença no ato de uma delegação da Irlanda do Norte e expressou seu desejo de que "o processo de paz supere todos os obstáculos restantes e favoreça o nascimento de um futuro de harmonia, reconciliação e confiança mútua".
Em um país tradicionalmente católico, mas onde a Igreja vem perdendo influência, sobretudo após os escândalos de abusos, Francisco concluiu desejando que a Irlanda "não se esqueça das vibrantes melodias da mensagem cristã que a sustentaram no passado e podem seguir fazendo o mesmo no futuro".
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