PDT sem chances, os inelegíveis, Sílvia no PL e outras notas políticas

Ainda é mistério qual nome vai ser ungido pelo governador para assumir no Tribunal de Contas do Estado na vaga de Benedito Alves, aposentado recentemente para surpresa geral

Robson Oliveira
Publicada em 05 de abril de 2022 às 09:18
PDT sem chances, os inelegíveis, Sílvia no PL e outras notas políticas

RUPTURA 

Dos parlamentares federais que mudaram de partido a pedetista Silvia Cristina foi a que mais chamou atenção uma vez que ingressou no PL do presidente Jair Bolsonaro e do senador Marcos Rogério, oriunda do PDT que, além de fazer oposição ao presidente, a legenda é um feudo dos Gurgacz aliados de sempre do PT, em Rondônia. A adesão ao PL da deputada federal Sílvia Cristina foi também considerada nos meios políticos uma ruptura com o senador Acir Gurgacz. 

INANIÇÃO 

Embora o senador Gurgacz seja a maior estrela do PDT de Rondônia, consta que ainda está inelegível para disputar as eleições deste ano, fato este crucial para a desintegração da legenda visando às eleições estaduais de outubro. As duas únicas figuras públicas que o senador filiou na legenda, com direito a fotos e exploração nas mídias sociais, foi o indígena Almir Suruí e o ex-deputado federal Ernandes Amorim, ambos, conforme consulta no site do TCU, estão em tese inelegíveis com julgamentos "transitado em julgado". Portanto, o PDT vai às eleições sem chance de eleger governador, senador, deputado federal e, dependendo das circunstâncias, deputado estadual. Virou uma legenda nanica. 

COINCIDÊNCIA 

Tanto o senador Marcos Rogério quanto a deputada federal Sílvia Cristina conseguiram os primeiros mandatos sob a batuta dos Gurgacz. Por coincidência os dois são oriundos dos quadros radiofônicos das empresas ligadas ao senador pedetista e ambos romperam com Acir Gurgacz para seguir a carreira solo na política. Reza a lenda em Ji-Paraná que todos aqueles políticos ungidos na sombra da Eucatur apenas os que romperam os laços com o clã Cascavel conseguiram vida mais longeva na política. Marcos e Silvia, ex-pedetistas, mudaram também radicalmente suas concepções ideológicas e são hoje dois parlamentares bolsonaristas de carteirinha. Coerência e lealdade política nunca foram o forte das lideranças em Rondônia.   

CANDIDATÍSSIMA

Não adiantarão as reações acerbas dos bolsonaristas raízes de Rondônia contra a filiação da deputada Sívia Cristina (ex-PDT) ao Partido Liberal (PL), legenda pela qual Bolsonaro tentará o segundo mandato. A deputada convertida ao extremismo de direita ingressou no PL sob as bençãos do "mensaleiro" Valdemar da Costa Neto, donatário da legenda, e do senador Marcos Rogério, presidente do Diretório Regional em Rondônia. Serão reações inócuas as tentativas para impedi-la de disputar a reeleição. Quem verificar as votações da deputada no Congresso Nacional verá que apoiou as principais propostas encaminhas pelo governo, inclusive aquelas que afetam os trabalhadores e aposentados. 

INELEGÍVEIS 

Três outros nomes que constam nas listas para deputados federais dificilmente conseguirão ter as candidaturas confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. O delegado Thiago Flores (ex-prefeito de Ariquemes), recém filiado ao MDB, o deputado estadual Jair Montes (AVANTE), o deputado estadual Alan Queiroz (PODEMOS), o ex-vereador Flávio Lemos, entre outros, estão inelegíveis seja por condenações no colegiado do Tribunal de Contas, seja por condenações no Tribunal de Justiça. O que insistir no pleito vai passar a campanha sangrando tendo que explicar que não é ficha suja.  

LIXO 

Apesar de momentaneamente o deputado estadual Lebrão, sua filha Lebrinha e a ex-prefeita de Cacoal Glaucione Rodrigues estarem tecnicamente aptos a concorrerem estas eleições, o trio protagonizou cenas deploráveis no exercício das suas funções públicas que resultou num escândalo de suposta malversação do erário com direito a delação premiada de um empresário do ramo do lixo. Mas até que os registros das candidaturas sejam convalidados é possível que a justiça seja mais célere e torne o trio ficha suja.  

GOVERNADORES 

Léo Moraes (Podemos), Marcos Rogério (PL), Marcos Rocha (União Brasil), Anselmo Jesus (PT) e Daniel Pereira (este último a coluna ainda duvida) são os pretensos candidatos a governador. Vinicius Miguel (PSB) pode vir a se juntar neste grupo uma vez que as convenções ocorrem somente no final de julho para a homologação das candidaturas e até lá alguns destes podem mudar de planos. Nada ainda é definitivo. Até porque até as convenções quando as promessas e compromissos feito$$$ não se confirmem, aliados de hoje podem se tornar adversários de amanhã, e vice versa.  

PEDRA 

O jovem professor Vinicius Miguel (PSB), caso não seja candidato a governador, pode vir a ser uma pedra do meio do caminho dos planos da deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos) na disputa pelo Senado Federal. Como são dois nomes bem avaliados na capital é possível que a maior fatia do eleitor, especialmente o mais jovem, corra para o professor na hipótese de optar por uma candidatura ao Senado, opção que, a este cabeça chata, confidenciou estar entusiasmado. Conspira favorável a Vinicius Miguel o recall de duas eleições majoritárias com boas votações, além de uma experiência exitosa na Secretaria de Agricultura de Porto Velho. Encarar o rapaz é uma pedreira, que o diga Maurão de Carvalho.  

EXPLOSÃO 

Ainda é mistério qual nome vai ser ungido pelo governador para assumir no Tribunal de Contas do Estado na vaga de Benedito Alves, aposentado recentemente para surpresa geral. Na boca miúda surgem os nomes dos deputados estadual Luizinho Goebel e Ismael Crispim. Apesar de serem da base de sustentação do governador, segundo a coluna apurou, eles não estariam nos planos de Marcos Rocha para a vaga. Correm por fora dois coronéis da PM, amigos íntimos do governador. Mas nos corredores do Legislativo Estadual é voz uníssima de que um nome a ser ungido tem que estar alinhado com os deputados estaduais senão será reprovado. O que seria uma desmoralização para a autoridade do governador que almeja o segundo mandato. Qualquer nome que seja indicado, em período eleitoral, é sempre uma reação exotérmica com combustão suficiente para incendiar o processo eleitoral. Fiquemos de olho vivo! 

AROM 

A licitação para contratação da assessoria jurídica da Associação dos Prefeitos de Rondônia tem dado muito o que falar na medida em que as impugnações feitas pelos concorrentes - que evitam prováveis direcionamento -  estão sendo denegadas sem uma fundamentação convincente. O certame, com certeza, tem chamado a atenção dos órgãos de fiscalização para que atuem com firmeza contra eventuais irregularidades, caso ocorram. O presidente da AROM, segundo apurou a coluna, tem ignorado todos os alertas e insistido em leva-la até o fim. 

ABUSO

Dorival Caymme, letrista baiano da melhor cepa, já cantarolava: "quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé". Mesmo com registros altos de violência campeando por Rondônia e merecendo do governo ações firmes para conter seu avanço, várias guarnições da PM foram deslocadas para o Bar do Calixto, tradicional local  de encontro dos sambistas e apreciadores do ritmo na capital, no último domingo, para prender as caixas de som sob o pretexto de que o barulho estaria incomodando a vizinhança. Um abuso monumental de quem emitiu a ordem, uma vez que o horário do evento era apropriado (17 horas); segundo, o samba naquele local existe há mais de vinte anos sem registro de nenhum incidente grave que exigisse a presença de tantos policiais. Com diz o letrista baiano, "o samba na minha terra deixa a gente mole, quando se canta todo mundo bole, quando se canta todo mundo bole". Mas a violência na capital continua avançando sobre os cidadãos sem que a força  repressiva governamental seja tão combativa quanto foi com as pessoas que gostam de samba. Alguém, no aparato, é doente da cabeça ou doente do pé. Um abuso. 

PROGRAMA

Participei do programa radiofônico de Arimar Sá, semana passada, e fiquei surpreendido com o número enorme da audiência, além da qualidade das perguntas. 

Winz

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