Policlínica Oswaldo Cruz passa a integrar o sistema de registro nacional dos casos de câncer

Desde segunda-feira, 19, a Policlínica Oswaldo Cruz, em Porto Velho, integra o sistema nacional de informações do Registro de Câncer de Base Populacional

Montezuma Cruz Fotos: Frank Néry e Daiane Mendonça Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 23 de julho de 2021 às 14:38
Policlínica Oswaldo Cruz passa a integrar o sistema de registro nacional dos casos de câncer

Capacitação de atendimento a pacientes com câncer, na POC, em Porto Velho, no ano passado

O Governo de Rondônia ampliou o número de unidades de saúde que fazem parte do sistema nacional de informações do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP), do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Ministério da Saúde. Desde a última terça-feira (19), além do Hospital de Base, em Porto Velho, a Policlínica Oswaldo Cruz integra essa rede, informou o diretor-geral da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Gilvander Gregório de Lima.

O Registro Nacional de Câncer é um desafio para países em desenvolvimento, especialmente para o Brasil com suas dimensões continentais. É por ele que se coleta, consolida, analisa e se divulga continuamente informações sobre o comportamento da doença, características e tendências.

De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica do Câncer, psicóloga Rosi Brito, o ingresso da POC à rede se deve às 21 especialidades de atendimento médico e 53 subespecialidades à disposição da Capital e dos 52 municípios.

Para a diretora da POC, Mariana Prado, a integração ao RCBP “garante a transparência de dados e a resolutividade dos casos, bem como, a ampliação de estratégias de acesso”.

“Compreendemos melhor a preocupação das famílias no que diz respeito ao aumento de casos, e podemos prestar esclarecimentos gerais a respeito de todas as situações acompanhadas pela Vigilância”, ela assinalou.

“A inserção desses dados no sistema inclui Rondônia na vanguarda do conhecimento das diversas áreas geográficas que apresentam casos de câncer, e isso se deve à colaboração das unidades de saúde municipais, que complementam muito bem o trabalho das equipes dos hospitais Cemetron, Santa Marcelina e São Pelegrino”, enfatizou Rosi. Ela ainda informou que 95% dos municípios rondonienses já integram o sistema.

Segundo a coordenadora, a Agevisa trabalha atualmente em áreas geográficas específicas para a identificação de casos de câncer, o que facilitaria o planejamento de políticas públicas.

A POC, esclarece a diretora Mariana Padrado, realiza diagnósticos de casos de câncer. Ao passar a integrar o sistema, espera-se melhoria dos registros que já consolidaram uma importante fase no biênio 2013-2014 nos registros hospitalares de câncer (RHC) do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro.

Entre os principais pacientes atendidas pela POC estão: grávidas de alto risco; pacientes de hanseníase, SAE/CTA [soropositivos para testagem rápida], colostomia, urgência e emergência, obesidade, oftalmologia, otorrinolaringologia, e transplantes renais e de fígado.

FUNDAMENTAL

A Vigilância do Câncer em Rondônia é fundamental para formulação de políticas públicas de Rondônia, considerando-se as referências da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês) , da Organização Mundial da Saúde.

Segundo explicou a psicóloga Rosi Brito, a resolução WHA18.44, adotada durante a 18ª Assembleia Mundial da Saúde, em 20 de maio de 1965, visou a colaboração internacional na pesquisa em câncer sempre com foco na prevenção da doença. “Ela promove e coordena a pesquisa e investigação científica em nível internacional, além de auxiliar na implementação de políticas eficazes para prevenção do câncer”.

Atualmente, a IARC conta com 26 estados participantes no Brasil, apoiando o trabalho nas suas estruturas de governança: os conselhos científico e diretivo. O Brasil é membro da IARC desde 2013, sendo o único país da América Latina a ser representado pelo Inca e com assento no Conselho Diretivo.

O monitoramento da situação do câncer como parâmetro para o estado, e também todo o País, tornou-se inadiável para a Agevisa e à Secretaria Estadual de Saúde. Dentro dessa lógica, as verificações (conhecidas por esmavas) possibilitam obter informações atualizadas e aplicáveis às necessidades estratégicas.

Em 1998, a Portaria MS nº 3.535, que regulamentou os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), evidenciou a necessidade dos RHCs, reforçando o seu papel nas instituições de atendimento a pacientes com câncer.

A inclusão de Rondônia no RCBP foi aprovada tanto pela Comissão Intergestores Biparte em novembro de 2017, no Inca/Ministério da Saúde, e a liberação no sistema para o estado ocorreu no dia 12 de dezembro de 2017.

Winz

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