Projeto de ressocialização de socioeducandos por meio de práticas alternativas é implantado em Porto Velho

“ O novo projeto incia de forma correta, com a parceria entre vários entes como o governo, o Ministério Público, o judiciário e a instituição que promoverá as ações junto aos adolescentes.

Texto: Celene Gomes Fotos: Arquivo Fease
Publicada em 14 de novembro de 2018 às 13:54
Projeto de ressocialização de socioeducandos por meio de práticas alternativas é implantado em Porto Velho

Recebendo cromoterapia, os socioeducandos podem descobrir como equilibrar a saúde física, mental e espiritual.

Com ações educativas, culturais, oficinas de artesanato, laborterapia, artes plásticas, práticas espirituais e terapias alternativas complementares, a Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo (Fease) inova na ressocialização dos adolescentes em conflito com a lei.

Por  meio do termo de colaboração assinado com a Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda), que tem um vasto e comprovado trabalho na ressocialização de apenados no estado, a Fease  pretende que com a expertise que possui em práticas alternativas, a Acuda possa auxiliar com seus métodos na ressocialização dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, além da melhora da autoestima que eles tenham resultados efetivos para a  reinserção social junto à família e à sociedade.

Para o diretor-geral da unidade socioeducativa onde o projeto está sendo implantando, Norival Cardoso, a expectativa está enorme e relata que a seleção dos adolescentes que farão parte das oficinas já estão acontecendo. “ O novo projeto incia de forma correta, com a parceria entre vários entes como o governo, o Ministério Público, o judiciário e a instituição que promoverá as ações junto aos adolescentes. As diretrizes estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) são adequadas, mas, além da questão estrutural, é preciso que a sociedade entenda que o processo de reinserção social é responsabilidade de todos”, comenta.

Adolescente recebendo a terapia com cone chinês, uma técnica milenar de medicina natural não invasiva.

VIDA LIVRE

Com vigência de 12 meses, o projeto “Vida Livre” atenderá  adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Unidade de Internação, situada na avenida Rio de Janeiro, na Capital. O termo de colaboração entre o estado, por meio da Fease com a Acuda é na ordem de R$ 305.161,23 (trezentos e cinco mil, cento e sessenta e um reais e vinte e três centavos). O projeto já funciona, de forma piloto, no atendimento de 10 internos na Unidade de Internação da avenida Amazonas, mas agora com sua ampliação, passa a uma nova dimensão,  com oficinas de laborterapia e terapias alternativas  para atender aos socioeducandos de Porto Velho.

Inicialmente, o projeto ofertará 30 vagas aos internos. Um dos critérios de seleção  será o tempo de permanência remanescente do jovem na unidade, devendo o atendido ter, no mínimo, seis meses de internação a serem cumpridos na instituição. Os adolescentes vão participar de ações, que prevê a implantação de oficinas de mecânica de motos, tapeçaria e cerâmica, e, ainda, cursos de massoterapia, auriculoterapia, entre outros.

A presidente da Fease, Sirlene Bastos, é uma entusiasta das terapias alternativas e destaca que a parceria com a Acuda é uma conquista para o sistema socioeducativo, pois trará o uso de inúmeras práticas que o sistema socioeducativo pode lançar mão para a melhoria no cumprimento da medida de internação e semiliberdade dos socioeducandos. “No Programa Vida Livre, são desenvolvidas diversas terapias alternativas reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atender aos internos e com isso esperamos ajudar na melhoria de vida desses jovens”, comenta.

Na oficina os socioeducandos aprendem a arte da tapeçaria chinesa

ACUDA

Associação Cultural e de Desenvolvimento de Apenados e Egressos opera em Porto Velho há mais de 16 anos, com o objetivo de auxiliar o Governo de Rondônia a diminuir o alto índice de reincidência criminal registrado junto à população egressa do sistema prisional. A ideia é preparar esse público para uma vida plena após cumprimento da pena.

O presidente da Acuda, Luiz Marques, destaca a importância de buscar resgatar os adolescentes que cometem ato infracional. Ele relata que pela sua experiência só tocando o corpo e a alma que aos poucos se vai, com técnicas avançada de autoconhecimento, sanando as dores da alma dos jovens internados nas unidades socioeducativas. “É assim o Método Acuda de Integração. Uma proposta de compaixão e cidadania no acesso às terapias interativas oferecidas hoje pelo SUS a todos indistintamente”, finaliza.

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