Secretário de Saúde e gerente da Unops sabatinados na Comissão de Saúde

Na pauta, futuro da Sesau e parceria com empresa de projetos especiais

Texto: Waldir Costa I Secom ALE/RO Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO
Publicada em 04 de abril de 2023 às 20:01
Secretário de Saúde e gerente da Unops sabatinados na Comissão de Saúde

Com a presença do secretário de estado da Saúde, Jefferson Rocha, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALE), presidida pela deputada Cláudia de Jesus (PT) esteve reunida na manhã desta terça-feira (4), durante aproximadamente três horas. O sistema foi amplamente discutido com o secretário respondendo aos questionamentos dos membros da comissão. inclusive sobre as ações que o governo do estado desenvolverá nos próximos meses.

Antes de o início da reunião ordinária da comissão foi realizada uma extraordinária com a presença do representante da Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), Rafael Esposel, gerente de projetos da empresa para o Brasil, que fez uma explanação visual da parceria com o governo do estado. "A Unops tem disponibilizados em caixa, cerca de R$ 40 milhões para conclusão do Hospital Regional de Guajará-Mirim e de obras no Cemetron, em Porto Velho, devido a parceria com o governo do estado", disse o gerente.

Dentro do acordo de cooperação entre secretaria de estado da Saúde (Sesau) está a construção de uma maternidade em Porto Velho, segundo Esposel, “a mais moderna do país”. A empresa também atuou em parceria com a Sesau durante a pandemia, na compra de vacinas e, como o regime era emergencial, também foram adquiridos medicamentos e materiais para combate e controle da pandemia.

O deputado Luizinho Goebel (PSD), que é um dos membros da comissão de Saúde, fez vários questionamentos ao representante da Unops sobre o termo de cooperação. Foram aprovados diversos requerimentos propostos pelo parlamentar como contratos e cronogramas firmados com o governo do estado, valores que foram pagos e a receber, valor total da parceria, obras a serem realizadas, dentre outros questionamentos.

Futuro

Um dos problemas da saúde pública do estado é o enorme volume de acidentes de trânsito. A ocupação de leitos hospitalares de rede pública de saúde ocorre devido a pacientes relacionados a acidentes de trânsito. Conforme os deputados faziam as perguntas o secretário Jefferson apresentou um audiovisual sobre o projeto, que está sendo implantado no estado, apesar dos poucos meses à frente da pasta.

A deputada Dra. Taíssa (PSC) fez um pronunciamento dramático abordando a triste situação do Hospital Regional de Guajará-Mirim, que continua com as obras paralisadas. “São mais de 8 anos de promessas e nada. O povo não aguenta mais. É uma questão de dignidade. São 320 quilômetros para chegar a Porto Velho em busca de socorro”, disse em tom emotivo.

A deputada Cláudia de Jesus (PT) disse que o projeto que o secretário Jefferson está implantando no estado, que é a descentralização da saúde, com a criação das regionais e fortalecimento das atuais, é o caminho mais curto para o sucesso na área. Ji-Paraná, que centraliza 17 municípios, tem filas enormes para cirurgias eletivas e outros procedimentos na saúde pública.

Os plantões médicos também devem ser revistos, pois a maioria das prefeituras paga quase o dobro que o estado. Também são necessários dotar o sistema de saúde do estado com equipamentos de ponta, materiais cirúrgicos e ortopédicos eficientes e suficientes, para atender a demanda, que é crescente em Rondônia que está em franco desenvolvimento.

Jeferson garantiu que está empenhado na descentralização da saúde pública de Rondônia com a criação dos núcleos e fortalecendo as regiões com atendimento nas áreas de urologia, ortopedia e leitos de retaguarda para poder atender com eficiência, e que a Sesau está se preparando para isso.

A necessidade de parceria permanente e coerente entre estado e municípios foi destacada pela deputada Gislaine Lebrinha (União Brasil). Ela que já foi prefeita de São Francisco do Guaporé, onde há um Hospital Regional, argumentou "que foi difícil ativar a unidade de saúde, que, após concluída e equipada, ficou dois anos fechada, pois estado e município não decidiam quem teria a responsabilidade de manter o hospital", destacou. 

A Sesau também está utilizando o sistema online para atendimento de casos de saúde de baixa complexidade com a cooperação técnica. O paciente fala diretamente com médicos do Albert Einstein, via call center, disponibilizado pelo estado facilitando o atendimento, além da eficiência ser atendido por médicos renomados. As filas que representavam 70% da demanda hoje estão reduzidas a 30%.

Está no projeto de parcerias da Sesau a criação da Escola Pública de Saúde, onde o estado bancaria os estudos e o médico dará a contrapartida com a mão de obras durante um período. O Hospital Universitário, em Guajará-Mirim, também está nos planos do secretário Jefferson. Inclusive estaria alinhada com sugestão recente do deputado Alan Queiroz (Podemos), para a abertura de mais 100 vagas no curso de medicina em Guajará-Mirim.

Regionais

Proposta do deputado Luizinho Goebel (PSC) também recebeu aprovação do secretário Jefferson Rocha, para que seja feita uma parceria com a Energisa, responsável pela distribuição da energia elétrica em Rondônia, que tem dívida de R$ 1,7 bilhão com o estado. A proposta é para que ela construa e equipe hospitais regionais em Ji-Paraná, Vilhena, Ariquemes, o Heuro em Porto Velho e conclua o de Guajará-Mirim, como ocorreu com o consórcio que construiu as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira concluindo o Hospital Regional de Cacoal.

Luizinho citou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que construiu e concluiu, no seu primeiro mandato, todos os hospitais do estado que estavam inacabados, por meio de parceria com a Vale de Brumadinho. "É um caminho, pois, um dos problemas crônicos da saúde em Rondônia é a carência de unidade hospitalar para atender a demanda regional", relatou. 

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“Arcabouço” é um conjunto de regras e “Fiscal” refere-se ao uso do dinheiro público, ou seja, é o conjunto de regras de controle das despesas do governo e serve para que não gaste mais do que arrecada e mantenha a dívida pública sob controle