Os jogos de cartas sempre foram um dos passatempos mais comuns pelo Brasil. Seja no interior ou até nas capitais, não é difícil encontrar uma praça ou um parque com uma mesa e alguns bancos para jogar algumas boas horas de um carteado. É uma tradição que existe principalmente entre os mais velhos. E na lista dos favoritos, e mais comum, está o famoso Truco, seja o mineiro ou o paulista. Esse jogo ganhou o gosto popular nacional e é com certeza uma das tradições nos jogos de cartas no país.

Com diferentes histórias, o truco tem como berço de nascimento a Europa. Não se sabe ao certo em qual país, já que muitas teorias falam em Inglaterra, França, Espanha e Portugal. Apenas uma coisa é certa e confirmada, o jogo chegou ao Brasil junto com os portugueses, durante o período de colonização, e fez bastante sucesso principalmente em Minas Gerais. Ele já era popular no país luso e chegou aqui já com a influência das regras que havia recebido das mãos dos espanhóis. Antes do pôquer virar uma febre, era o truco que sempre estava na mesa de cartas. Atualmente em São Paulo, segundo o Clube do Truco Paulista, existem campeonatos estaduais com mais de 200 mil inscritos e uma rede de contato com cerca de 20 milhões de pessoas amantes do jogo pelo país.

O nome truco vem justamente de uma influência de como era chamado na Espanha. No velho continente, o jogo era popularmente chamado de Truc, que na tradução livre seria o verbo colocar. Chegando ao país, o truco ganhou espaço principalmente na época de exploração do ouro, por isso Minas Gerais foi o principal ponto de popularização. Desde então, o jogo virou presença certas em torneios, eventos e comemorações.

Do truco mineiro até o argentino

Por conta das diferenças culturais, o truco ganhou diferentes versões, dependendo do estado onde é jogado. O mais tradicional é o truco mineiro, onde duas duplas se enfrentam com três cartas para cada participante. Para vencer a partida é preciso chegar aos 12 pontos, sendo que cada mão, nome dado ao final das rodadas completas, vale um ponto. A mão pode ter até três rodadas e o jogador que tiver a carta mais alta vence. A dupla precisa vencer duas para ganhar a mão. Em caso de empate em uma delas, quem venceu a rodada anterior leva a mão. As manilhas, nome para as cartas mais fortes, são sempre fixas.

A regra principal, e mais importante, é o momento de pedir o truco. Antes de jogar alguma carta na mesa, qualquer jogador pode pedir. Depois disso, a dupla adversária pode decidir se aceita, deixando o jogo valendo três pontos, ou se foge, entregando o ponto. Outra saída é o adversário pedir seis, e a decisão retorna para quem pediu truco no início.

No trucopaulista, a regra é semelhante, no entanto o que muda é o baralho, com mais cartas, e também as manilhas, que são diferentes das jogadas no mineiro. Outra variação é o truco argentino, que também possui diferença nas manilhas e com o jogo indo até 24 pontos, porém joga com o mesmo baralho do truco paulista. O modo de jogar argentino também é difundido e popular no Rio Grande do Sul.

Jogos tradicionais ganhando espaço

Apesar de serem jogos comuns em praças e parques, as cartas estão voltando a ganhar espaço entre os mais jovens. Com a internet e os celulares, é possível jogar diferentes jogos de carteados online ou em algum aplicativo. Ou seja, não é preciso nem mais um baralho para poder jogar truco.

O jogo de cartas Uno, por exemplo, possui um portal oficial com a produtora Ubisoft em que é possível jogar online sem precisar comprar as tradicionais cartas físicas coloridas do jogo. Já a plataforma da Betway Casino permite que qualquer um possa jogar o popular Bacará. Outros jogos populares, como Paciência e Buraco, possuem diferentes locais na internet para brincar totalmente de graça.

Populares antes mesmo do país ter uma estrutura social, o truco e outros jogos sempre fizeram parte da história do Brasil. Tanto que jogo até ganhou uma data comemorativa especial, já que o dia 10 de julho é conhecido popularmente como o dia do truco. E essas tradições estão sendo mantidas com o tempo. A tecnologia, que alguns achavam ser o vilão por apenas investir em jogos novos, é hoje a parceira ideal para que tais jogos fiquem longe de sumir. Aliás, eles continuam cada vez mais presentes no nosso cotidiano.