Tudo muda de um dia para o outro: o jogo da política não é mesmo para amadores

Com o andamento das conversações políticas, os inimigos de ontem podem se tornar os aliados de amanhã.

Sergio Pires
Publicada em 20 de julho de 2018 às 09:04
Tudo muda de um dia para o outro: o jogo da política não é mesmo para amadores

Provavelmente nem um livro de umas 300 páginas, que pudesse ser escrito daqui a algum tempo, detalharia tudo o que está acontecendo nos bastidores, em termos de negociações políticas, para as eleições de outubro. Sabe aquela nuvem que estava aqui ontem? Pois é. Não está mais. Foi para o lado extremamente oposto. Sabe aquela coligação que estava alinhavada, detalhada, esmiuçada? Pois não existe mais, porque um dos grupos, que estava nela, caiu fora e se aproximou de outro, com ideologias e projetos diferentes, quando não opostos. Você lembra daqueles inimigos que há pouco tempo trocavam farpas e até ofensas publicamente? Esqueça. Com o andamento das conversações políticas, os inimigos de ontem podem se tornar os aliados de amanhã. Não se sabe mais exatamente quem está com quem e quem está contra quem. Sabe-se que há candidaturas postas ao Governo, como as de Maurão de Carvalho (MDB), Expedito Júnior (PSDB) e Acir Gurgacz (PDT), entre outras. O que ainda não se sabe é quem estará no arco de alianças de quem; qual irá contra o outro ou até (numa hipótese que não pode ser totalmente descartada), todos ficarem do mesmo lado, na hora H. Parece loucura, mas não é! Nesse momento em que essa coluna está sendo escrita, o quadro da quinta-feira já é completamente diferente do que era na quarta. Coisas incríveis estão acontecendo. Léo Moraes, por exemplo, um dos nomes mais cotados para ocupar uma das cadeiras na Câmara Federal, provavelmente já não é mais candidato a ela, mas à reeleição à Assembleia. O mesmo aconteceu com a vereadora da Capital, Joelna Holder, que desistiu da corrida ao Congresso, para ficar na disputa local. Em que coligação estará o PRB de Lindomar Garçon ou o PR de Luiz Cláudio ou o PP de Jaqueline Cassol, só para citar alguns partidos? Nem alguém com visões extraordinárias de futuro poderia dar uma resposta segura a essa pergunta. 

Por trás desse enigma, está a disputa para deputado federal. E, mais que tudo, acima de tudo, antes de tudo, está o Fundo Partidário. E tempo de rádio e TV, no horário eleitoral gratuito. O importante é quem tem mais deputados federais, mais grana e mais tempo de mídia para a campanha. E, claro, há ainda os cálculos para saber quem tem chance, quem tem voto, quem pode chegar e quem pode não chegar, como conseguir aliados para somar o coeficiente eleitoral necessário para eleger um, dois, três ou mais parlamentares... As coligações serão fechadas em função desses cálculos e dessas metas. Hoje, a nuvem que estava lá e mudou de lugar para cá, amanhã pode voltar ao que era ou mudar completamente de posição. Quem tentar entender as negociações políticas e interpretá-las, que trate de buscar tratamento psiquiátrico. Para o leigo, aquele que não tem conhecimento do que ocorre nos bastidores, que trate de não se enganar. Nada, ainda, está definido para outubro. Quando os acordos forem oficialmente anunciados, lá na frente, então ficará ainda mais claro que o jogo politico não é para amadores!

CONTINUA A GUERRA INTERNA NO MDB

Depoimento do deputado Eurípedes Lebrão, respeitada liderança do MDB, pede união do partido e que sejam lançados Valdir Raupp e Confúcio Moura para o Senado. É apenas mais um capítulo na novela da disputa interna do partido, em que Raupp domina o diretório e, com apoio do presidente  Tomás Correia, pode tirar Confúcio da jogada, para negociar a segunda vaga, quem sabe com o grupo do senador e ex governador Ivo Cassol, que indicou o nome de Carlos Magno à disputa ou em outra parceria, já que nada está fechado, ainda. O racha no MDB já é público e notório e tem sido o principal mote das conversas de bastidores, nos últimos dias. A única definição concreta dos emedebistas é em torno do nome do seu candidato ao Governo, Maurão de Carvalho, que conquistou o espaço e hoje tem uma candidatura totalmente viabilizada, inclusive com significativo crescimento nas pesquisas. Confúcio Moura continua acreditando que, quando chegar a hora e todos sentarem para uma conversa, que o MDB irá unido e que a sua vaga ao Senado estará garantida. Tem um tom de discurso positivo e otimista, já que, de outro lado, os que o querem apenas como candidato a deputado federal, estão anunciando isso publicamente, como o fez, nessa semana, o próprio presidente Tomás Correia, em entrevista a uma emissora de rádio. O caso continuará extremamente complexo, ainda, até a convenção.

PARA ONDE VAI NOSSO OURO?

Atenção autoridades que dizem que está tudo nem, que não há garimpo ilegal por aqui, que nossas riquezas estão protegidas: não acreditem nisso! Quem está dando essas informações, está mentindo. O grimpo ilegal no rio Madeira, principalmente está fervilhando. Todos os dias, um grupo de “gringos” desembarca no aeroporto internacional de Porto Velho. E eles não vêm para comprar nossa carne ou investir no Estado. Vão direto para as áreas onde o ouro abunda, compram tudo o que podem e levam embora, enquanto nós, por aqui, ouvimos os discursos emocionados da nossa preocupação com o meio ambiente e que jamais permitiremos que retirem nossas riquezas. Uma ova! Um quilo de ouro retirado do rio Madeira, hoje, custa na faixa de 150 mil reais. Há números não oficiais que apontam para um faturamento anual, com a retirada ilegal do ouro só no  Madeira, que podem superar os 4 bilhões de reais. Apenas 10 por cento em impostos, se fossem cobrados, representariam 400 milhões de reais/ano ou mais de 33 milhões de reais mês, na nossa economia. Um dia, quando tivermos um país sério e todas as nossas autoridades confiáveis, responsáveis e patriotas, saberemos do porquê, durante tantas décadas, se permitiu o contrabando do nosso ouro, sem que nós, os donos dele, recebêssemos um só centavo!

APENAS ENXUGANDO GELO!

Ainda sobre o assunto, anuncia-se que “milhares de garimpeiros ilegais estão sendo multados e presos na região de Manicoré e Humaitá”, por uma ação que envolveria Ibama, Marinha, Polícia Federal e outros órgãos. A ação até pode estar sendo realizada, mas falar em “milhares” é exagero. Alguns poucos são pegos, multados e outros até presos. Horas depois, estão todos soltos, para voltarem exatamente ao mesmo lugar e continuarem a realizar a mesma extração ilegal de ouro. É um enxugar gelo, é um trabalho para inglês ver, enquanto a verdadeira sangria (o contrabando de milhares de quilos de ouro, todos os meses), não é combatida. O Congresso Nacional e o governo brasileiro precisam pensar no controle dessa roubalheira sem fim das nossas riquezas. Têm que encontrar uma fórmula de controlar o garimpo, vigiá-lo, fiscalizá-lo, de não permitir agressões ao meio ambiente e, mais que tudo, têm que cobrar pesados impostos pelo ouro retirado dos rios e da floresta, que pertence só aos brasileiros. Não é possível que se trate apenas com leis ideológicas a proteção das nossas riquezas. Está na hora de enfrentarmos esse problema. Não dá para mais suportar o contrabando de nossos bens, que poderiam ajudar o país a dar um salto na qualidade de vida da sua população, apenas encher os bolsos de estrangeiros. Chega!

HORA DE PRIVATIZAR!

Enfim, uma notícia boa para grande parte da população, que não aguenta mais a Eletrobras Rondônia/Ceron e seus péssimos serviços, embora entre os mais caros do país. No próximo dia 30 de agosto, haverá o leilão da estatal, que, se privatizada, certamente começará a oferecer aos seus consumidores, um tipo de atendimento que a estatal, há anos, está longe de fornecer. Compreende-se até que os funcionários da empresa não a querem privatizada. É um direito legítimo lutar pela manutenção dos seus empregos e pelos direitos que obtiveram no serviço público. Mas um país que pretende se desenvolver e ofertar um serviço de melhor qualidade, precisa se desvencilhar das amarras de um sistema antiquado, que prioriza direitos de empregados em detrimento da qualidade do serviço oferecido e dos investimentos que precisam ser feitos para qualificá-lo. Os críticos da privatização criam monstros, anunciam catástrofes e danos ao consumidor, mas que não se acredite nisso. É sempre bom lembrar que se os serviços de telefonia não tivessem sido priorizados, ainda estaríamos comprando assinaturas para ter telefone em casa. Quanto menor, mais eficiente é o Estado. Ponto final!

OS COIOTES E SUAS VÍTIMAS

É inacreditável que estivesse sediada em Rondônia uma das maiores quadrilhas de bandidos especializados no serviço de coiotes, ou seja, levar grupos de pessoas, clandestinamente, para os Estados Unidos. O grupo teria faturado algo em torno de 25 milhões de reais. Mais de 180 pessoas teriam sido levadas pelo grupo Pelo menos duas delas desapareceram e nunca mais se soube o que lhes aconteceu. É um crime que envolveu o bandido e sua vítima. Para fazer uma viagem dessas, extremamente perigosa, cheio de riscos e ainda com a possibilidade de prisão, quando for pega pelas autoridades norte americanas, o imigrante ilegal pagou entre 40 mil e até 100 mil reais, num conluio com seu coiote. Quando chega ao seu destino, muitas vezes uma família inteira; em muitos casos com crianças muito pequenas, os viajantes correm o sério risco de serem colocados numa prisão, serem separados de seus filhos e, claro, perderem todo o dinheiro que juntaram, muitas vezes a vida toda, para essa aventura absurda. Os líderes das quadrilhas de transporte ilegal de pessoas, se presos, pegam no máximo cinco anos de prisão. Mas estão milionários. São poucos os casos em que os que pagaram toda essa grana tiveram sucesso nos Estados Unidos.

O ESPORTE PARA 5.200 CRIANÇAS

Um Centro de Iniciação Esportiva, que está sendo construído numa área pobre da Capital, onde as crianças e jovens são cercados pela violência e pela falta de perspectivas,  é uma daquelas obras que virão trazer novas oportunidades para milhares de pessoas. Resumidamente, uma verba de quase 4 milhões de reais, do Ministério dos Esportes, estava prestes a ser perdida. A ex secretária Ivonete Gomes não se conformou com a perda e foi atrás, em Brasília. Conseguiu o apoio do senador Acir Gurgacz  e a grana foi recuperada. É um enorme projeto, com área esportiva aberta e um ginásio esportivo, para a prática de diversas modalidades de esportes. A Prefeitura entrou com o terreno, enorme, no bairro Flamboyant. O prefeito Hildon Chaves anda vibrando com a obra, que está andando e fica pronta em um ano, mostrando-a a toda hora nas redes sociais. Em seu pouco tempo de governo, o número de crianças atendidas em programas esportivos saltou de parcos 150 para mais de 5.200. É um grande avanço.

PERGUNTINHA

Você concorda com a punição de pais que não estão levando seus filhos para receberem as vacinas, nos postos de saúde de todo o país?

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Winz

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Comentários

  • 1
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    José Roberto Cardoso 20/07/2018

    A política, efetivamente, não é para amadores. Mas teria que ser dominada por quadrilhas de ladrões? Quadrilhas familiares, outras de credos, outras de simples interesses econômicos. Tutti ladri!!! Mudam de partido, como se muda de cuecas. Ideologia, é coisa que sequer sabem o que é. Seu deus é o dinheiro público. Seus escravos, nós, os trouxas que os conduzimos ao poder. Se aparece algum político bem-intencionado, este é marginalizado e excluído pelas quadrilhas. Só Deus na causa!!!

  • 2
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    Jacir 20/07/2018

    É TUDO FARINHA PODRE E SUJA DO MESMO SACO, PMDEBOSTAS, PSDBOSTAS, PETRALHAS, PPBOSTA, PDTBOSTAS, OS MESMOS DOS MESMOS EPARA OS MESMOS, CHEGA DE CORRUPTOS

  • 3
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    Wanderlei Azogue Soares 20/07/2018

    Nada nessas negociações me surpreende, agora o que me deixa assustado é a imprensa se surpeender com tudo isso, pois a muito que a política brasileira assim funciona. E pra responder uma pergunta : O inimigo em comum dos políticos somos nós, o povo. Para eles, o que iporta, são os interesses de grupo. O deles.

  • 4
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    Jotinha 20/07/2018

    É muito simples, basta o povão leia-se, eleitores), se conscientizar e renovar em 100% nossos políticos, e dar um basta nessas figurinhas carimbadas que veem se reversando no poder há 30 anos, e que fazem de tudo pra não perdê-lo. Engraçado, se fosse ruim ninguém queria né?

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