Uma facada no Brasil

A facada durante o trágico atentado político atingiu não apenas o candidato do PSL, chamado por muitos de “mito”, mas principalmente acertou a já fragilizada imagem do Brasil no mundo civilizado.

Professor Nazareno*
Publicada em 08 de setembro de 2018 às 09:27

O covarde ataque contra a vida do presidenciável Jair Bolsonaro durante atos de campanha eleitoral em Minas Gerais mostra ao mundo a verdadeira face do Brasil: incivilidade, violência, selvageria, ódio, vingança, desejos homicidas e acima de tudo intolerância às posições políticas divergentes. A facada durante o trágico atentado político atingiu não apenas o candidato do PSL, chamado por muitos de “mito”, mas principalmente acertou a já fragilizada imagem do Brasil no mundo civilizado. Jair Bolsonaro nem nenhum outro ser humano merecia sofrer algo tão bárbaro e medieval como esse ataque abominável. Ideias se combatem com outras ideias. Argumentos se contestam com outros argumentos. Posições políticas contrárias se enfrentam com outras posições políticas, nunca com tiros, facadas ou violência gratuita e premeditada.

Eu particularmente nunca concordei e nem concordo com a maioria das posições políticas assumidas pelo candidato Bolsonaro. Não só as ideias do ex-militar, mas de muitos outros candidatos que estão nesta disputa. Entendo que a solução para o Brasil não passa pela violência nem pelo acirramento do ódio entre as pessoas. No campo das ideias e dos argumentos tenho as minhas convicções que são totalmente divergentes das dele e de todos os seus apoiadores e simpatizantes. Nenhum atentado vai destruir ideias e substituí-las por outras. Só a dialética, o debate saudável e a discussão podem levar a um consenso. Os problemas da democracia têm que ser resolvidos sempre com mais democracia. Essa estupidez inexplicável coloca o nosso país ao lado das atrasadas repúblicas bananeiras e também das nações terceiro-mundistas da África subsaariana.

Essa agressão infame não foi somente contra um candidato à Presidência da República. Foi contra a civilidade e também contra qualquer ser humano que deseja a paz e a tolerância entre os cidadãos. E tomara que a barbárie tenha sido apenas mais um atentando político e não, como muitos já estão afirmando nas redes sociais, que se trata de uma encenação sórdida para arrebatar mais votos, admiração e apoio ao ex-militar da extrema direita. “Atentado sem sangue?” é a frase dos opositores que mais se vê na internet. A campanha política tem que ser tranquila. São os projetos que precisam ser discutidos e não as pessoas ou suas atitudes. Nada de querer metralhar militantes do PT ou de qualquer outro partido. Essa postura lamentável provoca infelizmente mais ódio entre o povo. O Brasil vive hoje dias de muita tensão desde o fatídico golpe de 2016.

O voto de Jair Bolsonaro na ocasião do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff do PT foi uma incitação grosseira à violência e à tortura. Pouca gente se esqueceu daquele triste episódio. O ódio e a insensatez, que não justificam facadas, cresceram e infelizmente culminaram nesta incivilidade. Nada de dar porrada em pessoas. Nada de “bandido bom é bandido morto”, de pena de morte, de diminuição da maioridade penal, de ataques a homossexuais, quilombolas e outras minorias, nada de desrespeitos aos direitos humanos nem de perseguição a ninguém. Tomara que Jair Bolsonaro saia logo dessa com muito mais saúde e disposição para poder entender que suas posições políticas estão equivocadas, ultrapassadas e que por isso merecem ser repensadas e mudadas para o bem do Brasil e de todos nós. Saúde longa ao “mito”. O nosso país não precisa de violência nem de radicalismos para ter futuro. Precisa de paz.

*É Professor em Porto Velho.

Comentários

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    Tevanir cordeiro 08/09/2018

    Fala serio, Bozonaro colheu seu plantio, plantou ódio, colheu facada , se bandido bom é bandido morto, esse não morreu....

  • 2
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    Jose Martins 08/09/2018

    A narrativa do professor em repúdio ao ódio perpetrado na tentativa de assassinato ao candidato se mostra adequada e revelou um caráter humano de um cidadão do bem, essa postura cidadã deve ser prestigiada por todos, e digo isso pois embora não seja militante de nenhum partido político, contudo sou divergente do nobre educador em vários outros de seus apontamentos relativos as propostas ditas radicais do suposto mito, expressão vulgar e midiática dada pelos seguidores do citado presidenciável, que naquele dia fatídico de vergonhosa violência se despiu de qualquer força e se revelou tão vulnerável quanto qualquer um de nós, mas voltando a minha simplório e talvez presunçosa divergência com nosso respeitável professor que inclusive tive a alegria de ter sido aluno quando adolescente, o que se deu num passado um pouco distante pois hoje desfruto dos meus quarenta e um anos, mas não possor cercear minhas convicções cidadãs, ainda que se revelem antagônicas com as opiniões de pessoas letradas que partilham comigo, ainda que de forma parcial outros pontos de discernimento da vida social em comum, assim discrevo minha ponderação ao comentário político cultural do eminente educador, relatando que nossa política de segurança pública morreu a muitos anos e foi morta e sepultada, não teve uma segunda chance como teve o presidenciável gravemente ferido, até o presente momento a única pesquisa concreta e comprovada que dizimou a números miseráveis os índices de homicídios no mundo foi constatada por meio da política americana denominada tolerância zero, um criminoso de alta periculosidade não pode mais ser refeito tais espécimes não sao pessoas normais não possuem compaixão não consideram as dores e calamidades alheias, são caçadores de homens, homicidas de natureza matam massacram torturam vidas vulneráveis de mulheres, crianças, pais devotados ao suado trabalho a troco de nada de um celular de uma bolsa ou apenas pelo execrável prazer de matar, esses algozes são irrecuperáveis são feras a solta, assim questiono essa filosofica, poética e utópica proposta de combater esses exterminadores de homens com amor com educação ou políticas de inclusão social, lançando sobre eles o manto da misericórdia pois são filhos da pobreza e do desprezo estatal, não meu caro educador isso não é mais possível esses caçadores já perderam suas almas a muito tempo foram longe de mais, violaram todas as regras e não irão parar amanhã vão matar e após sua discordância dessa fala vão matar de novo, alguém tem que se levantar contra esses monstros em forma humana, precisam ser enfrentados precisam ser silenciados de seus barulhos da morte, do terror que se mistura ao choro de um pai, de uma mãe e de uma filinha que nunca mais verá o pai, não sei se esse presidenciável será esse mecanismo de enfrentamento, mas sei que precisamos de um mito que pelo menos nos emocione dizendo que a força a justiça e a coerção legal de mãos dadas com a legítima defesa vão agir e essa ação não pode ser de outra forma a não ser com uso da força, esse é o nome comedido dado ao tiro de fuzil eficaz para freiar o crime organizado que odeia a todos nós.

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    Jose Martins 08/09/2018

    A narrativa do professor em repúdio ao ódio perpetrado na tentativa de assassinato ao candidato se mostra adequada e revelou um caráter humano de um cidadão do bem, essa postura cidadã deve ser prestigiada por todos, e digo isso pois embora não seja militante de nenhum partido político, contudo sou divergente do nobre educador em vários outros de seus apontamentos relativos as propostas ditas radicais do suposto mito, expressão vulgar e midiática dada pelos seguidores do citado presidenciável, que naquele dia fatídico de vergonhosa violência se despiu de qualquer força e se revelou tão vulnerável quanto qualquer um de nós, mas voltando a minha simplório e talvez presunçosa divergência com nosso respeitável professor que inclusive tive a alegria de ter sido aluno quando adolescente, o que se deu num passado um pouco distante pois hoje desfruto dos meus quarenta e um anos, mas não possor cercear minhas convicções cidadãs, ainda que se revelem antagônicas com as opiniões de pessoas letradas que partilham comigo, ainda que de forma parcial outros pontos de discernimento da vida social em comum, assim discrevo minha ponderação ao comentário político cultural do eminente educador, relatando que nossa política de segurança pública morreu a muitos anos e foi morta e sepultada, não teve uma segunda chance como teve o presidenciável gravemente ferido, até o presente momento a única pesquisa concreta e comprovada que dizimou a números miseráveis os índices de homicídios no mundo foi constatada por meio da política americana denominada tolerância zero, um criminoso de alta periculosidade não pode mais ser refeito tais espécimes não sao pessoas normais não possuem compaixão não consideram as dores e calamidades alheias, são caçadores de homens, homicidas de natureza matam massacram torturam vidas vulneráveis de mulheres, crianças, pais devotados ao suado trabalho a troco de nada de um celular de uma bolsa ou apenas pelo execrável prazer de matar, esses algozes são irrecuperáveis são feras a solta, assim questiono essa filosofica, poética e utópica proposta de combater esses exterminadores de homens com amor com educação ou políticas de inclusão social, lançando sobre eles o manto da misericórdia pois são filhos da pobreza e do desprezo estatal, não meu caro educador isso não é mais possível esses caçadores já perderam suas almas a muito tempo foram longe de mais, violaram todas as regras e não irão parar amanhã vão matar e após sua discordância dessa fala vão matar de novo, alguém tem que se levantar contra esses monstros em forma humana, precisam ser enfrentados precisam ser silenciados de seus barulhos da morte, do terror que se mistura ao choro de um pai, de uma mãe e de uma filinha que nunca mais verá o pai, não sei se esse presidenciável será esse mecanismo de enfrentamento, mas sei que precisamos de um mito que pelo menos nos emocione dizendo que a força a justiça e a coerção legal de mãos dadas com a legítima defesa vão agir e essa ação não pode ser de outra forma a não ser com uso da força, esse é o nome comedido dado ao tiro de fuzil eficaz para freiar o crime organizado que odeia a todos nós.

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