Centenas de professores indígenas participam de formação continuada em alfabetização e letramento

Um dos maiores grupos de docentes da rede estadual de ensino indígena está na coordenação de Guajará-Mirim, que possui 134 professores.

Texto: Aurimar Lima Fotos: Chapinha Paes
Publicada em 15 de maio de 2019 às 14:48

Durante dois dias, 127 professores da rede estadual escolar indígena das cidades de Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e Extrema participam de formação continuada em letramento e alfabetização, destinada à melhoria da prática pedagógica nos anos inicias do ensino fundamental oferecido nas escolas indígenas.

O evento começou na manhã de terça-feira (14) e continua durante toda a quarta-feira (15) com oficinas ministradas pelos formadores do Núcleo Escolar de Educação Indígena da Secretaria de Estado da Educação (Seduc-RO).

Um dos maiores grupos de docentes da rede estadual de ensino indígena está na coordenação de Guajará-Mirim, que possui 134 professores. Segundo a professora coordenadora do núcleo, Jap Oro Mon, após a formação de vários professores indígenas em magistério, magistério indígena e magistério intercultural é necessária a formação continuada e há anos não houve esse acompanhamento para os professores.

“Em Guajará-Mirim a maior parte das escolas é em área fluvial e o acompanhamento diário da metodologia e didática dos professores se torna difícil. A formação continuada ameniza a atuação deles, que muitas vezes estão na aldeia sozinhos e com pouco acompanhamento pedagógico. A formação com certeza ajuda na atuação e uso de novas metodologias adaptadas ao cotidiano dos indígenas. São possibilidades de novas práticas e acompanhamento da dinâmica do ensino” disse Jap Oro Mon.

Entre os participantes, vários seguem o padrão do professor índio Onésimo Oro Eo, que trabalha com letramento em uma escola indígena de 150 alunos, sendo cinco professores indígenas e salas de aula de aproximadamente 50 alunos.

PROGRAMAÇÃO

Os cursistas vão participar de aulas práticas que vão da elaboração de materiais didáticos a contextualização da alfabetização com o uso dos espaços nominais da escola, aldeia, plantas nativas, atividades culturais e econômicas da comunidade. E terão momentos de aprendizado sobre as concepções de alfabetização e letramento, psicogênese da língua escrita, que trata das fases da alfabetização.

Segundo o coordenador do núcleo indígena, Antônio Puruborá, o governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da educação consolida uma ação educacional muito esperada no meio docente indígena. “Estávamos há muito tempo sem formação continuada, com a atualização novos caminhos se abrem para o ensino. Era um anseio da comunidade a realização do curso. Os profissionais do núcleo estão empenhados em interagir com os docentes e promover o uso de novas metodologias, debater formas de ensinar e assim contribuir com a melhoraria da nossa educação” disse Puruborá.

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