Depois de fazer arminha, candidata que concorreu para não ganhar distribuiu dinheiro público de campanha à própria família

O problema de Carmen é que, enquanto candidata, ela tirou proveito do fundo partidário, que é dinheiro público: comprou sem licitação, em sua própria loja, os móveis para mobiliar a sede do PSL do Rio Grande do Sul, que ela presidia, por R$ 34 mil.

Viomundo
Publicada em 21 de fevereiro de 2019 às 22:18
Depois de fazer arminha, candidata que concorreu para não ganhar distribuiu dinheiro público de campanha à própria família

Carmen Flores não é propriamente uma laranja.

Ela de fato fez campanha ao Senado em 2018, associada a Jair Bolsonaro, mas disse à Folhaque não pretendia se eleger: “Não entrei para ganhar o Senado, mas para dar 28 segundos para o Bolsonaro. Ele não tinha horário político, eu não tinha intenção de me eleger, em nenhum momento”.

No Facebook, Carmen acaba de anunciar uma liquidação.

Ela é dona de um loja de móveis que tem duas filiais. O sofá em que ela aparece sentada está saindo baratinho, menos de 2 mil reais.

O problema de Carmen é que, enquanto candidata, ela tirou proveito do fundo partidário, que é dinheiro público: comprou sem licitação, em sua própria loja, os móveis para mobiliar a sede do PSL do Rio Grande do Sul, que ela presidia, por R$ 34 mil.

Mais: instalou a sede do PSL no imóvel anexo a uma de suas lojas e pagou R$ 40 mil de aluguel por seis meses à sua própria filha, Maribel Lopes.

Finalmente, pagou R$ 1.155,45 à neta, que fez panfletagem.

Ou seja, depois de fazer muita arminha, inclusive ao lado de Jair Bolsonaro, Carmen destinou cerca de R$ 75 mil aos seus — ela recebeu R$ 200 mil do fundo partidiário, que é dinheiro público, para arcar com despesas de campanha.

O maior gasto de campanha dela foi com a secretária do PSL, Roselvane Nascimento, que recebeu R$ 95,1 mil.

Carmen teve 1,5 milhão de votos, não se elegeu e deixou o PSL. Talvez ingresse no DEM, do agora ministro Onyx Lorenzoni.

Na véspera de Natal, explicou no Facebook:

Olá meus amigos, devido aos últimos acontecimentos com o partido venho aqui declarar que serei Bolsonaro para sempre, mas PSL nunca mais. Dentro desse partido existem pessoas que colocam suas questões pessoais acima do coletivo, em busca do poder. Hoje vieram em meio de uma nota pública me difamar em frente as pessoas que confiaram e votaram em mim, então venho por meio desta dizer que sempre lutei por uma política nova e limpa, com pessoas honestas e com caráter, infelizmente ao longo do caminho nos enganamos com algumas pessoas, nos iludindo e confiando que estas possam fazer o bem, porém na política, ocorrem alguns desacordos durante a jornada. 

O deputado eleito Bibo Nunes (PSL-RS) disse à Folha que reclamou, durante o período eleitoral, da forma como Carmen comandava o PSL, mas foi ameaçado por Lorenzoni: se continuasse assim, perderia a legenda.

Já quando o próprio Onyx foi acusado de usar caixa 2 — R$ 300 mil recebidos da J&F, um caso que o STF acaba de remeter à Justiça Eleitoral gaúcha –, Carmen saiu em defesa do agora ministro da Casa Civil:

Desinformação de pessoas que são campeões e dar tiro do próprio pé. Antes de falar do Ministro Onyx Lorenzoni olhem suas contas do gabinete da campanha de Deputado ela estará tudo, tudo que a esquerda inventa e os desinformados acreditam. Vcs não intenderam ainda porque batem no Onyx, ele é o único que veio do parlamento e é o homem de confiança de Bolsonaro. Se informem!!! Da verdade.

Apenas para quem sofre de amnésia: o PSL teve como principal mote de campanha o combate à corrupção. Dos outros.

Comentários

  • 1
    image
    religioso 22/02/2019

    E o povão e povinho da ala BOSO , ainda acha que corruptos só mesmo os do PT , " porque o MOURO é o cara...., porque o MITO vai endireitar legal....... Agora quero ver, o povão e o povinho tremer na base na aposentadoria, sem seus direitos trabalhistas e coisas mais.

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Winz

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