Justiça do Trabalho atende comunidades isoladas na fronteira peruana

Para cumprir a missão, os servidores ainda fazem uso de canoas para transpor rios como o Juruá, em Marechal Thaumaturgo, ou carro de boi para chegar até os prédios cedidos pelo Poder Público para os atendimentos

Secom/TRT14
Publicada em 30 de agosto de 2019 às 11:51
Justiça do Trabalho atende comunidades isoladas na fronteira peruana

A fumaça, oriunda das queimadas e que prejudicam a visibilidade na aviação, marcou o cenário natural em Jordão/AC e nos demais municípios atendidos pela Vara Itinerante

Em mais um ciclo das Varas Itinerantes na fronteira peruana, a Justiça do Trabalho da 14ª Região, que abrange os estados de Rondônia e Acre, realizou atendimentos de 20 a 23 de agosto às comunidades quase isoladas nos municípios acreanos de Santa Rosa do Purus, Jordão, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter.

As dificuldades de acesso foram alguns dos principais desafios a serem vencidos pela equipe de servidores do Fórum Trabalhista de Rio Branco/AC, Milton Mesquita e Hilário Nascimento, para receber as reclamações trabalhistas. Como inexistem meios de locomoção pela via rodoviária, devido à precária infraestrutura urbana, a região permite somente o deslocamento via aérea ou fluvial, sendo a primeira opção mais viável à Justiça Trabalhista, já que a viagem por barco levaria vários dias. 

Para cumprir a missão, os servidores ainda fazem uso de canoas para transpor rios como o Juruá, em Marechal Thaumaturgo, ou carro de boi para chegar até os prédios cedidos pelo Poder Público para os atendimentos.

"É sempre um privilégio participar das atividades itinerantes, principalmente para mim que amo trabalhar com atendimento, tal como foi em Santa Rosa do Purus, onde mais de 30 pessoas nos aguardavam", relatou Mesquita que atuou na atermação.

Ele ressaltou também o contexto social, cultural e natural das microcidades que formam o Vale do Juruá e o Vale do Acre. "São lugares lindos, cuja biodiversidade é uma das maiores da Amazônia. As comunidades são formadas, em sua grande maioria, por etnias indígenas, onde somente em Jordão existem 32 aldeias, responsáveis por fomentar a economia local, seja pelo comércio ou pela venda de artesanatos", afirmou.

Milton Mesquita realça ainda que, além dos obstáculos naturais, a Vara Itinerante também enfrenta alguns riscos para entregar Justiça às comunidades isoladas. Ele conta que as pistas de pouso encontram-se todas sem manutenção e com buracos em sua extensão. "A viagem torna-se mais perigosa ainda por conta dessa época de queimadas, em que a fumaça atrapalha a visibilidade", revelou.

Responsável pelo Programa das Varas Itinerantes no âmbito do TRT14, o titular da Secretaria Judiciária de 1º Grau do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, José Corsino de Carvalho Baptista Junior, evidenciou a atuação da Justiça Trabalhista nessas regiões. "Além de integrar socialmente e levar conhecimento e justiça aos cidadãos, reforçamos a presença do Poder Judiciário próximo à população mais carente, buscando a defesa dos direitos dos trabalhadores e o cumprimento da missão institucional", destacou.

De 24 a 27 de setembro, uma equipe composta por um magistrado e dois servidores retornarão a esses municípios para a realização das audiências. Será também uma oportunidade para a realização de ações de responsabilidade social do Regional, a exemplo do "Justiça do Trabalho Vai à Escola".

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