Quase 80% do centro rejeita Bolsonaro, aponta pesquisa

Lula lidera em todos os cenários testados e, mais importante, consolidou posição decisiva ao conquistar centro do eleitorado, o grupo que definirá as eleições

Fonte: Miguel do Rosário - Publicada em 11 de outubro de 2025 às 09:18

Quase 80% do centro rejeita Bolsonaro, aponta pesquisa

Lula tem 42% de potencial entre os eleitores independentes ou de centro, contra 19% de Bolsonaro. O potencial de voto mede os eleitores que dizem conhecer o candidato e estariam dispostos a votar nele.

Na rejeição, o ex-presidente enfrenta 77% de resistência entre os independentes, enquanto Lula tem 54%. A rejeição mede aqueles que igualmente dizem conhecer o candidato e não votariam nele de jeito nenhum.

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Os números da pesquisa Quaest divulgada hoje mostram que o presidente Lula consolidou uma posição bem expressiva junto ao centro do eleitorado, justamente o segmento que será determinante para a vitória de qualquer um dos lados nas eleições de 2026.

A Quaest divide o eleitorado brasileiro em três grandes grupos: esquerda e direita, com 35% cada, e independentes, com 29%. É claro que uma divisão como essa nunca é totalmente precisa. Há muita gente que se autoidentifica como independente, mas tem uma inclinação mais à esquerda, enquanto outros têm posição mais conservadora.

De qualquer forma, a pesquisa mostra que os eleitores mais polarizados, que não veem problema em classificar a si mesmos, têm uma opinião extremamente sólida. O CEO da Quaest, Felipe Nunes, descreve isso em seu livro “Biografia do Abismo” como “calcificada”. Aqueles que se identificam como esquerda votam em Lula e rejeitam Bolsonaro. E os que se classificam como direita votam em Bolsonaro ou algum candidato indicado por ele e rejeitam de maneira quase absoluta o voto em Lula.

Considerando que o Brasil tem 156 milhões de eleitores, segundo o TSE, esse público de centro corresponde a aproximadamente 45 milhões de votantes. Eles serão um fator crucial para a construção da vitória de qualquer um dos lados em 2026.

Pesquisa

 

Pesquisa

A desaprovação a Tarcísio permanece relativamente baixa, mas isso ocorre porque ele ainda não possui o mesmo grau de conhecimento nacional. É muito provável que, conforme o eleitor brasileiro entenda que Tarcísio representa o candidato de Bolsonaro, a maior parte da resistência ao ex-presidente se transmita para o governador paulista. Já a rejeição a Lula, como ele já possui reconhecimento universal, está consolidada e não deve mudar muito.

Pesquisa

Outro elemento interessante diz respeito à situação de Ciro Gomes. O ex-governador do Ceará tem um certo recall por ter participado de várias eleições nacionais como candidato. Mas o que chama atenção é a sua rejeição entre o agrupamento da direita: 71% entre a direita não bolsonarista e 84% entre os bolsonaristas o recusam.

Os únicos grupos onde a situação de Ciro mostra um possível crescimento estão entre eleitores de esquerda, tanto lulistas quanto esquerda não lulista, onde a resistência a ele é menor e tem maior aceitação. Mas esse campo já está totalmente consolidado por Lula.

Desde 2022, Ciro Gomes tem apostado em obter o voto bolsonarista. Sua atuação nas eleições de Fortaleza e toda a sua movimentação hoje mostram isso, sempre muito próximo ao bolsonarismo no Ceará. Mas até agora isso não está aparecendo nos levantamentos. Pelo contrário, a desaprovação ao ex-governador no campo da direita permanece altíssima.

Pesquisa

Outro ponto para avaliar a solidez das intenções de voto dos candidatos está na pesquisa espontânea. O voto espontâneo ajuda a distinguir entre um voto de recall — que pode se desmanchar com facilidade ao longo de uma campanha — e um voto já consolidado. Por isso, é sempre importante dar muita atenção a esse indicador.

Nela, apenas Lula lidera com vantagem absoluta: 19% dos eleitores declaram espontaneamente que votariam no petista, o que corresponde a aproximadamente 29,6 milhões de votantes. Bolsonaro aparece com apenas 6%, cerca de 9,4 milhões. Essa diferença revela que o voto em Lula está mais consolidado, com menor propensão a se desfazer.

Pesquisa

Nas simulações de primeiro turno, Lula aparece com 39% no cenário 3, contra 18% de Tarcísio e 12% de Ciro Gomes. Em cenário sem Tarcísio, Lula tem 36%, Michelle Bolsonaro 21% e Ratinho Jr. 10%. A tendência mostra que o presidente vem ampliando sua dianteira sobre os adversários.

Pesquisa

No segundo turno, o presidente venceria Bolsonaro por 46% a 36%, Tarcísio por 45% a 33%, e Ciro Gomes por 41% a 32%. Destaca-se que contra Tarcísio, considerado o principal nome da oposição, a diferença chegou a 12 pontos percentuais e vem crescendo nas últimas pesquisas.

Pesquisa

Os números revelam um cenário favorável ao presidente. Lula lidera em todos os cenários testados e, mais importante, consolidou uma posição estratégica decisiva ao conquistar o centro do eleitorado brasileiro, justamente o grupo que definirá as eleições de 2026.

Leia aqui a íntegra do relatório.

Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

Quase 80% do centro rejeita Bolsonaro, aponta pesquisa

Lula lidera em todos os cenários testados e, mais importante, consolidou posição decisiva ao conquistar centro do eleitorado, o grupo que definirá as eleições

Miguel do Rosário
Publicada em 11 de outubro de 2025 às 09:18
Quase 80% do centro rejeita Bolsonaro, aponta pesquisa

Lula tem 42% de potencial entre os eleitores independentes ou de centro, contra 19% de Bolsonaro. O potencial de voto mede os eleitores que dizem conhecer o candidato e estariam dispostos a votar nele.

Na rejeição, o ex-presidente enfrenta 77% de resistência entre os independentes, enquanto Lula tem 54%. A rejeição mede aqueles que igualmente dizem conhecer o candidato e não votariam nele de jeito nenhum.

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Os números da pesquisa Quaest divulgada hoje mostram que o presidente Lula consolidou uma posição bem expressiva junto ao centro do eleitorado, justamente o segmento que será determinante para a vitória de qualquer um dos lados nas eleições de 2026.

A Quaest divide o eleitorado brasileiro em três grandes grupos: esquerda e direita, com 35% cada, e independentes, com 29%. É claro que uma divisão como essa nunca é totalmente precisa. Há muita gente que se autoidentifica como independente, mas tem uma inclinação mais à esquerda, enquanto outros têm posição mais conservadora.

De qualquer forma, a pesquisa mostra que os eleitores mais polarizados, que não veem problema em classificar a si mesmos, têm uma opinião extremamente sólida. O CEO da Quaest, Felipe Nunes, descreve isso em seu livro “Biografia do Abismo” como “calcificada”. Aqueles que se identificam como esquerda votam em Lula e rejeitam Bolsonaro. E os que se classificam como direita votam em Bolsonaro ou algum candidato indicado por ele e rejeitam de maneira quase absoluta o voto em Lula.

Considerando que o Brasil tem 156 milhões de eleitores, segundo o TSE, esse público de centro corresponde a aproximadamente 45 milhões de votantes. Eles serão um fator crucial para a construção da vitória de qualquer um dos lados em 2026.

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A desaprovação a Tarcísio permanece relativamente baixa, mas isso ocorre porque ele ainda não possui o mesmo grau de conhecimento nacional. É muito provável que, conforme o eleitor brasileiro entenda que Tarcísio representa o candidato de Bolsonaro, a maior parte da resistência ao ex-presidente se transmita para o governador paulista. Já a rejeição a Lula, como ele já possui reconhecimento universal, está consolidada e não deve mudar muito.

Pesquisa

Outro elemento interessante diz respeito à situação de Ciro Gomes. O ex-governador do Ceará tem um certo recall por ter participado de várias eleições nacionais como candidato. Mas o que chama atenção é a sua rejeição entre o agrupamento da direita: 71% entre a direita não bolsonarista e 84% entre os bolsonaristas o recusam.

Os únicos grupos onde a situação de Ciro mostra um possível crescimento estão entre eleitores de esquerda, tanto lulistas quanto esquerda não lulista, onde a resistência a ele é menor e tem maior aceitação. Mas esse campo já está totalmente consolidado por Lula.

Desde 2022, Ciro Gomes tem apostado em obter o voto bolsonarista. Sua atuação nas eleições de Fortaleza e toda a sua movimentação hoje mostram isso, sempre muito próximo ao bolsonarismo no Ceará. Mas até agora isso não está aparecendo nos levantamentos. Pelo contrário, a desaprovação ao ex-governador no campo da direita permanece altíssima.

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Outro ponto para avaliar a solidez das intenções de voto dos candidatos está na pesquisa espontânea. O voto espontâneo ajuda a distinguir entre um voto de recall — que pode se desmanchar com facilidade ao longo de uma campanha — e um voto já consolidado. Por isso, é sempre importante dar muita atenção a esse indicador.

Nela, apenas Lula lidera com vantagem absoluta: 19% dos eleitores declaram espontaneamente que votariam no petista, o que corresponde a aproximadamente 29,6 milhões de votantes. Bolsonaro aparece com apenas 6%, cerca de 9,4 milhões. Essa diferença revela que o voto em Lula está mais consolidado, com menor propensão a se desfazer.

Pesquisa

Nas simulações de primeiro turno, Lula aparece com 39% no cenário 3, contra 18% de Tarcísio e 12% de Ciro Gomes. Em cenário sem Tarcísio, Lula tem 36%, Michelle Bolsonaro 21% e Ratinho Jr. 10%. A tendência mostra que o presidente vem ampliando sua dianteira sobre os adversários.

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No segundo turno, o presidente venceria Bolsonaro por 46% a 36%, Tarcísio por 45% a 33%, e Ciro Gomes por 41% a 32%. Destaca-se que contra Tarcísio, considerado o principal nome da oposição, a diferença chegou a 12 pontos percentuais e vem crescendo nas últimas pesquisas.

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Os números revelam um cenário favorável ao presidente. Lula lidera em todos os cenários testados e, mais importante, consolidou uma posição estratégica decisiva ao conquistar o centro do eleitorado brasileiro, justamente o grupo que definirá as eleições de 2026.

Leia aqui a íntegra do relatório.

Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

Comentários

  • 1
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    Amadeus Hastenteufel 13/10/2025

    Sebastian ! Respeite o TUDORONDONIA. Um babaca como você, que ainda defende o bolsonaro (minúsculo mesmo), não merece crédito algum. Os brasileiros já decidiram que LULA será eleito novamente para governar o Brasil. Sebastianzinho descerebrado! Vá morar no Paraguai.

  • 2
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    sebastian 11/10/2025

    Só lembrando ao jornaleco militante que, um certo "amiguinho" do tal STF está blindando os cabeças da fraude do INSS, entre se encontra um certo irmão do atual líder das tais "pesquisas".

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