Comissão de Diversidade Sexual manifesta repúdio a agressões sofrida por jovem em boate da capital motivada por homofobia

Segundo relato, o rapaz, que estava com pulseira com as cores do arco-íris (símbolo do movimento LGBTI), foi advertido de que deveria deixar o local, pois no ambiente era “todo mundo macho”.

Tudorondonia com informações da OAB e do portal Brasil 364
Publicada em 03 de junho de 2019 às 12:33

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rondônia, divulgou nota nesta segunda –feira,  3, nota de  repúdio contra  as agressões sofridas pelo jovem Ricardo Marini dentro de uma boate na capital (a VIP Club Lounge), localizada na avenida Calamara com João Goulart.

Segundo o próprio Marini denunciou nas redes sociais, ele foi brutalmente agredido na madrugada do último dia 31 quando se divertia na boate. Ele diz que foi agredido por ser homossexual e denuncia ter sido vítima de discriminação (homofobia) na boate. O rapaz foi espancado apresenta vários hematomas no rosto e no corpo.

Segue a nota da OAB-Rondônia. Em seguida, o relato de Ricardo Marini

A Comissão de Diversidade Sexual da Seccional Rondônia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RO) vem a público manifestar repúdio a todas as formas de LGTBIFOBIA. Notícias veiculadas nas redes sociais dão conta de que um jovem foi agredido em uma boate da capital, no dia 31 de maio, apenas por sua orientação sexual.

Segundo relato, o rapaz, que estava com pulseira com as cores do arco-íris (símbolo do movimento LGBTI), foi advertido de que deveria deixar o local, pois no ambiente era “todo mundo macho”. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima foi agredida com três socos no rosto. Fotos divulgadas nas redes sociais informam que o rapaz teve fratura na raiz de um dente, além de outras lesões.

A Comissão de Diversidade Sexual informa que acompanhará as investigações para que o fato seja apurado com o devido rigor que merece e, caso seja verificada a LGTIFOBIA, tomará as providências necessárias para que os culpados sejam penalizados.

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CRIMES!!! Homofobia, Lesão corporal grave, Omissão de socorro, inclusive de quem tinha obrigação de agir

“Fui agredido em uma boate (VIP Club Lounge, na Calama c/ João Goulart, em Porto Velho), no dia 31/05/2019, por volta das 02:00 às 04:00

Quando o amigo que foi comigo se separou de mim, um cara saiu da rodinha de amigos (de uns 6 ou 7 + algumas mulheres) e me falou “melhor você cair fora que não é lugar pra você, entendeu? aqui é todo mundo macho, tem militar aqui, entendeu?”. (Motivo: eu estava com uma pulseira com as cores do arco-íris que eu comprei na Argentina, coisa que me parece tão irrelevante que eu só me dei conta mais tarde.)

Também não dei importância pra ameaça, nunca havia sido agredido ou pensei que algo assim fosse acontecer comigo.

Então, eu estava distraído, ele me deu um soco. Eu fui pra fora me afastar, evitar o conflito.

Depois entrei pra procurar o meu amigo pq minha bateria havia acabado, ele veio de novo e me deu outro na testa.. muito forte que o sangue desceu pelo nariz na hora, senti muita dor como uma sinusite.

No momento, eu estava só e sangrando e o cara estava com a turma dele. Os seguranças não fizeram NADA, ao contrário me colocaram pra fora..

E lá fora, eu estava tentando pedir ajuda de alguém pra chamar um Uber por causa da minha bateria. O cara me bateu de novo, muito forte no olho

Tive a impressão de que alguns dos amigos dele tbm me bateram, porque eu já não estava tão consciente (as câmeras do local vão mostrar isso.

Um deles identifiquei chamado Bruno, porque uma menina gritou “deixa ele, Bruno, ele não tá fazendo nada”.

Um Uber me ajudou e me levou pra casa.. ainda queriam bater no Uber..
E até mesmo quando e eu já estava dentro do carro (os vidros abaixados porque era um carro simples sem ar), um deles passou e deu outro, em cheio na boca.

Tive fratura na raiz de um dente da frente e provavelmente vou perdê-lo.. sai segunda o laudo da tomografia, será melhor visível que o raio-x.

Vim pro interior passar uma semana longe.. eles estão aí (em Porto Velho) não sei quem são ainda, as pessoas me assustam, sons, quase não consegui dormir ainda apesar dos remédios, quando estou quase dormindo, lembro algo e me assusto.” Finalizou Marine em sua rede social

Agora cabe aos órgãos de controle e fiscalização tomarem as devidas previdências.

Comentários

  • 1
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    Edson Lustosa 04/06/2019

    Estou estranhando que nessa boate tenham dito que "todo mundo é macho" e tenham discriminado rapaz por ser gay. Geralmente os heterossexuais frequentam boates onde metade é macho e a outra metade é fêmea.

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Winz

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