Porto Velho, Rondônia – A elaboração, difusão, compartilhamento e apoio a uma lista de boicote contra empresas, profissionais liberais e cidadãos vilhenenses que circulou logo após as eleições do ano passado, propondo represálias a eleitores da cidade que optaram por apoiar e votar no presidente Lula, ou apenas por exercer seu direito de eleitor em escolher livremente seus candidatos independente de quem sejam sem serem contestados, podem resultar numa tremenda dor de cabeça jurídica aos mentores e propagadores destas atitudes.

O Ministério Público aceitou denúncia proposta por vítimas do boicote e deu início esta semana as notificações de implicados na questão tanto na condição de alvos do boicote quanto de seus autores, e as oitivas começam a ser realizadas no próximo dia 24.

Sabe-se por enquanto que estão no processo 21 pessoas e uma empresa, distribuídas da seguinte forma: 13 cidadãos e uma empresa como representantes, ou seja, vítimas; e nove pessoas como representados, aqueles que são acusados de cometer os crimes.

A expectativa da assessoria jurídica que representa as vítimas é de que os acusados sejam enquadrados e respondam pelos seguintes crimes: difamação agravada, calúnia, atentado a democracia e crime contra a ordem econômica e a livre concorrência. Além disso, representações na área civil com pedidos de indenização por danos morais e materiais devem ser apresentados à Justiça num segundo momento.

As vítimas acreditam que o rol de acusados pode aumentar conforme as investigações avançam e esperam que os criadores das listas de boicotes sejam identificados e responsabilidades pelo que fizeram, pois por enquanto só há suspeitos de compartilhar o material.

A previsão é que o caso gere muita polêmica e controvérsia na cidade, principalmente no meio político e social da comunidade, além de estabelecer um outro paradgima no uso das redes sociais.