Obesidade e doenças cardíacas: devemos olhar com atenção para este tema

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, atualmente mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso, com prevalência maior no sexo feminino

Rafaela Penalva
Publicada em 28 de março de 2023 às 17:13
Obesidade e doenças cardíacas: devemos olhar com atenção para este tema

No início de março, dia 4, comemorou-se o Dia Mundial da Obesidade. O objetivo desta data é identificar a percepção das pessoas sobre esta patologia que está associada intimamente às doenças do coração. 

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, atualmente mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso, com prevalência maior no sexo feminino. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, elaborado pela Federação Mundial da Obesidade, estima-se que 30% dos brasileiros serão obesos até 2030. Este é um dado que merece a nossa atenção. 

A obesidade ainda é uma patologia pouco diagnosticada e sem um tratamento completo – além de ser uma doença crônica. As principais causas incluem fatores genéticos, ambientais, psicológicos, culturais e sociais, alterações do metabolismo, sedentarismo e hábitos alimentares. 

Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado é o índice de massa corpórea (IMC). Para chegar a esse número, divide-se o peso do paciente pela altura elevada ao quadrado (peso / altura2). Se o resultado dessa fórmula ficar entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, é situação de sobrepeso. Acima deste valor, a pessoa é considerada portadora de obesidade, isso tudo segundo métrica padrão utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Considerando a atual expectativa de vida do brasileiro, 80 anos para mulheres e 73 para homens, o IMC é um indicativo importante. Se, aos 70 anos, o IMC for normal, há 80% de chances de a pessoa atingir essa expectativa média, se não passar dela. Já se o IMC ficar entre 35-40, esse índice cai para 60%, o que nos dá mais um alerta de cuidado com a obesidade. 

É importante frisar que a obesidade é fator de risco para doenças cardiovasculares, que são as que atualmente possuem maior mortalidade no Brasil e no mundo, como a aterosclerose, hipertensão arterial, doenças coronárias e insuficiência cardíaca, além do acidente vascular encefálico. 

Com o objetivo de motivar as pessoas a tratar a obesidade, existe um grupo de profissionais de saúde que formam uma equipe multidisciplinar com olhar cuidadoso: cardiologistas, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Todos esses especialistas podem ajudar a pessoa que sofre de obesidade a mudar o estilo de vida, o que poderá contribuir para a perda de peso. Atualmente, novos medicamentos também auxiliam neste tratamento. Em outros casos, a cirurgia bariátrica é a melhor alternativa. Porém, isso depende de uma avaliação médica acurada e multidisciplinar para que o procedimento funcione e atenda ao propósito.  

A obesidade é um problema sério e nós, profissionais da saúde, juntamente com a sociedade, precisamos combater essa doença se quisermos mudar as estimativas. Cuide-se e não tenha receio em procurar um médico que possa ajudar você nessa jornada, porque ela não é fácil, mas os resultados serão os melhores. Sua saúde agradece!  

* Rafaela Penalva é cardiologista, PhD em Ciências e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa 

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